Do ombudsman Carlos Eduardo Linse e Silva, da Folha de São Paulo, para o aprendizado de todos nós, jornalistas, fontes de informação e leitores:
… Se a fonte está emitindo opinião, juízo de valor, sim. Aí, todo o ônus cabe a ela e repórter e editor devem se preocupar basicamente em ser fieis ao que foi dito e tentar garantir isenção no conjunto do material. Mas quando se trata de informação, ou o jornalista confia muito na fonte por experiências pregressas ou pela sua notória respeitabilidade ou deve ser o mais crítico que possa nas suas perguntas, confrontar o que ouviu com outros especialistas conhecidos na área, pesquisar a respeito para evitar transmitir algum equívoco bem ou mal intencionado. Similarmente, é obrigação jornalística descobrir e revelar ao leitor as vinculações do entrevistado com grupos econômicos ou empresariais, partidos políticos, igrejas ou qualquer entidade ou pessoa cujos interesses tenham a ver com o assunto a respeito do qual ele está falando ao jornal. Esse procedimento é muitas vezes negligenciado. Em repercussões de medidas econômicas ou políticas, por exemplo, é importante para o leitor saber se o especialista ou alguém a quem esteja associado pode estar sendo prejudicado ou beneficiado por elas para ele poder dar o devido peso a suas avaliações.