por Gilmar Yared*

Alguém pensa nos sérios riscos que ao sair de casa todos nós corremos? É no trânsito que constatamos o grande perigo. Atualmente morrem 65 mil pessoas em acidentes no país. Metade são jovens até 27 anos que mancham com sangue as estradas e ruas. São nossos filhos, ou filhos de  familiares amigos.
 
A grande responsável é a impunidade – e a população ainda não se deu conta deste perigo.  Esta sensação de impunidade esteve presente recentemente no estádio Couto Pereira,  no jogo que rebaixou o Coritiba. Em nosso estado a falta de aplicação das leis, e principalmente a inexistência de fiscalização, contribuem para o aumento das tragédias, ceifando sonhos, destruindo familias inteiras.
 
No ano passado estive, com minha mulher, no Rio de Janeiro, participando do Fórum Nacional de Trânsito no ano passado. Constamos a realização de blitz em vários pontos da cidade, autuando em flagrante atores globais, jogadores de futebol e gente comum embriagadas. Naquele estado os índices de acidentes com vítimas fatais caíram quase pela metade.
 
Em Curitiba, observamos nos postos de gasolina jovens bebendo e saindo com seus carros. Imagino a preocupação dos pais de adolescentes que saem á noite e a agonia até o seu retorno. Há cerca de oito meses fomos acordados às 02:30 da madrugada por dois agentes funerários que ficam de plantão no IML. A dor da perda de um filho é imensa, terrível e a população de nossa cidade deve começar a cobrar de nossas autoridades que as leis sejam aplicadas a todos.
 
Por que a lei somente é aplicada aos pobres? Por que dois pesos e duas medidas? Por que não há fiscalização?
Quanto vale a vida de um estranho?

Sem respeito as leis, um estranho não vale nada.