14:28O patrão

A Folha de Londrina sempre foi João Milanez. Quando ele tirou o time de campo, o jornal, que foi durante muito tempo o melhor do Paraná, começou a desaparecer. O beque aqui foi seu funcionário durante dois anos, de 1992 a 1994. Na verdade, foi o primeiro jornal em que trabalhei como repórter, depois de quase 15 anos na Editora Abril. Neste curto espaço de tempo confirmei o que já tinha lido: a redação de um diário é a melhor escola de jornalismo que se pode ter. Ainda mais porque o time era de primeiríssima qualidade, com João Arruda no comando geral em Londrina e Deonilson Roldo na sucursal da capital. O grande Nelson Capucho era meu chefe na editoria de Esportes. Milanez sabia que uma redação é como time de futebol: só joga se tiver gente capacitada para fazer a bola rolar. Encontrei-o poucas vezes, mas numa delas contou, como fazia para muita gente, como funcionava a redação no início do jornal. Tinha apenas um redator, e para que ele trabalhasse com satisfação, colocava ao lado da máquina de escrever um pacote de dinheiro. Ele pagava o cabra todo dia. Assim, o grande Milanez, simples, sempre sorridente, começou a fazer história. Todos os chamavam de patrão. E ele merecia.

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