Do correspondente na Tríplice Fronteira:
O presidente e ex-bispo anti-celibatário Fernando Lugo, do Paraguai, estará em Brasília nesta semana para se encontrar com Lula. Leva na bagagem a disposição do seu governo em não aceitar nada que não seja o pagamento do Brasil de 1 bilhão e 200 milhões de dólares/ano sobre a energia de Itaipu. Vale lembrar que os hermanos, segundo o falecido governador e ex-diretor- Geral de Itaipu, Ney Braga, entraram com a barranca do rio Paraná. Os financiamentos (hoje em US$ 19 bilhões) saíram dos bolsos dos brasileiros e foram avalizados pelo nosso Tesouro Nacional. Os paraguaios vêm recebendo desde a década de 90 royalties que somam a bilhões de dólares. A Usina é o maior cabide de emprego dos hermanos e sua elite briga de foice para conseguir cargos ou manter empresas-amigas como fornecedoras da binacional, conseguindo contratos em nebulosas licitações e transações. Financiamentos do BNDES para modernizar a economia paraguaia já foram colocados na mesa de negociações junto com a construção de linhas de alta-tensão entre Itaipu e Assunção (a capital paraguaia apesar de ter milhões de megawatts disponíveis, vive tendo apagões). O Paraguai faz beicinho para essas propostas e o guru de Lugo é um engenheiro xiita chamado Ricardo Canese, que olha o Brasil como um país imperialista e explorador dos fracos e oprimidos. Não tenhamos, porém, grandes esperanças. Assim como foi humilhado pelo boliviano Evo Morales e e pelo maluco venezuelano Hugo Chavez, Lula vai acabar fazendo grandes concessões ao ex-bispo. Dará uma ainda maior bolsa-Itaipu aos hermanos.
Seu Zé:
Essa indiada do Solano Lopez tá se achando. Manda logo umas condições.
Primeiro: por quê não devolvermos o barranco prá eles? É só fazer um muro pré-fabricado, prá escorar toda aquela água, e pronto.
Segundo: com o muro, passa-se a pagar só a metade a que os “sócios” têm direito.
Terceiro: com o que economizarmos, constrói-se um viaduto direto pro Chile, com saída pro Pacífico.
E quarto: ei, seu bispo, vá cuidar das tuas quengas e da piazada, que nós temos mais o que fazer.
E tenho dito!
Sempre condenei a atuação do Brasil na guerra contra o Paraguai. As barbaridades, o quase genocídio. Mas agora começo a reclamar porque o serviço não foi feito por completo.