Nicanor Frutos, presidente do Paraguai, ex-catedrático de Ética Jornalística da Universidade Nacional de Assunção e profissional da comunicação durante mais de duas décadas, deu aula sobre o setor. “Liberdade de imprensa no mundo capitalista, na sociedade de mercado, é uma ilusão. Para ser livre, um meio não deveria ter nem ‘financiamento’ estatal nem do setor privado”, afirmou. Para os jornalistas, sapecou: “Os senhores não são livres, não existe a liberdade de imprensa”.
Isso é que me emputece: Todo mundo sabe que não existe Imprensa livre. Quando não é subsidiada pelo Estado, é cabresteada pelo comércio/indústria. Ousaria a Gazeta do Povo por exemplo, tascar matéria contra as Casas Bahia? Até o foca do horaaganius sabe disso. Mas a declaração ganha destaque porque sai da boca de gente famosa. Obviedade das mais óbvias.
Ah, essa liberdade ideal pode não existir mesmo. Mas a liberdade possível, essa que ainda existe, e permite aos jornalistas denunciar e informar na medida do possível, essa nós, leitores e cidadãos, que ainda não pedemos a capacidade de nos indiginar, prezamos e temos que lutar pra que seja preservada. Imaginem o que seria o mundo sem esse fiapo de liberdade de imprensa que ainda nos resta…
Recorto e colo um trechinho de um artigo do Fernando Gabeira,
Folha de São Paulo de 4/11/2006:
“Não é possível mais acreditar que a liberdade de imprensa é apenas um valor burguês, uma típica luta de direita. Por que conferir esse charme à direita?
Trabalhei em dois jornais que foram empastelados: o “Binômio”, de José Maria Rabelo e Euro Arantes, e o “Panfleto”, de Brizola. Eram de esquerda. Quando menino, vi um filme de John Ford e um personagem dizia para um homem chamado Liberty: não tome liberdades com a liberdade de imprensa.”
Abraços
Iara Teixeria