Pela causa:
Afroparanaenses recebem homenagem na Assembleia Legislativa do Paraná nesta sexta-feira
Sessão, que será presidida pelo deputado estadual e proponente, Luiz Eduardo Cheida, vai homenagear 69 personalidades afroparanaenses
O Centro Cultural Humaitá – Coletivo de Estudo e Pesquisa da Arte e Cultura Afro realiza nesta sexta-feira (dia 19), das 10h às 12h, na Assembleia Legislativa, homenagem às personalidades afroparanaenses que fazem e fizeram arte e cultura no Estado. A solenidade chamada Orirerê (Cabeças Iluminadas) vai prestar homenagem a 69 personalidades e entidades culturais que mantêm vivas as tradições afrobrasileiras, além de cinco homenagens póstumas.
A sessão, que será presidida pelo deputado estadual Luiz Eduardo Cheida (PMDB), vai contar com a presença do presidente do Centro Cultural Humaitá, Adegmar Candiero, Isabel Cristina Gonçalves, integrante do Conselho Diretor da Associação Inter-Religiosa de Educação (Assintec), e demais representantes afroparanaenses.
LAVAÇÃO DAS ESCADARIAS DA IGREJA DO ROSÁRIO
Com apoio da Fundação Cultural de Curitiba, a cerimônia Orirerê precede o lançamento oficial do Festival Paranaense do Samba, que acontece neste sábado, dia 20, a partir das 9h30, com a lavação das escadarias da Igreja de Nossa Senhora do Rosário de São Benedito dos Pretos, seguida de cortejo de Afoxé até o Pelourinho, na Praça Tiradentes.
Primeiramente, acontece um culto inter-religioso, às 9h30, pelo Dia da Consciência Negra e pela tolerância religiosa. “Lavar” a antiga igreja dos pretos traz um forte simbolismo de purificação e resgate de tradições afrobrasileiras. Remediando o esquecimento crônico das culturas de matriz africanas na memória da cidade, a festa se estende em cortejo de afoxé até o Pelourinho de Curitiba, na Praça Tiradentes, passando pelas árvores sagradas na Praça Tiradentes – as Gameleiras, que representam o orixá do tempo. Orixás são “espíritos de luz” equivalentes aos anjos da guarda, ou, no sincretismo, aos santos católicos.
E, para comemorar o Dia Nacional do Samba, dia 2 de dezembro, tem início uma série de shows com mais de 200 artistas, que vão se apresentar em dois palcos no Largo da Ordem – Ruínas e Bebedouro. “Queremos evidenciar os compositores que existem no Paraná, como a primeira mulher puxadora de samba-enredo do Brasil, entre muitas outras riquezas escondidas”, aponta Candiero.
Ainda em novembro, serão feitos encontros com os estudantes de escolas públicas para debater o samba como ferramenta didática para aprendizado da história brasileira. Pela Lei Federal 10.639/03, o samba está sendo levado para dentro da sala de aula graças à legislação, que obriga o estudo da História da África e da História e Cultura Afro-brasileira. “Apesar da lenda da Capital Europeia, o Paraná é o Estado mais negro do Sul do Brasil, com 21% de afro-descendentes, segundo dados do IBGE. E não se pode falar em samba sem falar em cultura afro-brasileira”, analisa o presidente do Centro Humaitá, Adegmar Candiero.
SERVIÇO:
Orirerê Cabeças Iluminadas
Local: Assembléia Legislativa do Paraná
Horário: 10h às 12h
O que é “afropanaenses”?
Afroparanaense é um poiaco de cabelo dreadlock.
Pelo jeito nem, os “afroparanaenses” gostam de carnaval, sinal de que basta nascer sob a sombra de uma araucaria para ter bom gosto… (ou não)…
Tava na hora de Curitiba reconhecer a força e presença africana na cidade. Graças a Deus, ou Oxalá, Curitiba não é mais “branquinha!