6:09Lycio Vellozo Ribas e o seu “Mundo das Copas”

O jornalista Lycio Vellozo Ribas, editor de esportes do Jornal do Estado, vai bater papo com a galera amanhã, sexta (21), a partir das 19h30, na Livraria Fnac do shopping Barigui. Ele é autor do monumental “O mundo das Copas”. A pedido do blog, escreveu este texto especial contando como começou e como fez para produzir o livro que já é referências para pesquisadores e, principalmente, os apaixonados pelo futebol.

por Lycio Vellozo Ribas
www.omundodascopas.com.br

Tudo começou com um álbum de figurinhas de um chiclete de bola no longínquo ano de 1982, dois meses antes da Copa do Mundo. A primeira figurinha era de um jogador inglês chamado Coppell. A segunda, de um iugoslavo chamado Sljivo. Para conseguir mais, só comprando chiclete. Ou jogando no bafo. Imagens à parte, o álbum era rudimentar em termos de dados sobre Mundiais, mas suficiente para uma criança de 9 anos.

Com o passar dos anos, o álbum de figurinhas já não satisfazia. Corria a Copa de 1986 e o menino, agora com 13 anos, já sonhava em escrever um livro sobre os Mundiais. A partir daí, começou a coleta de dados, embasada em recortes de jornais, revistas e videoteipes antigos.

O menino virou jornalista. Não só obteve acesso a novos materiais de pesquisa como aprendeu a desenvolver projetos gráficos. Até que chegou o ano de 2004. O mês, um dos últimos daquele ano. Rachel Ribas, noiva na época, esposa depois, o instigou a fazer um livro sobre Copas. Não eram apenas as palavras estimulantes. Ela abdicava de algumas noites românticas em prol da fria análise de jogos antigos. Estavam aí os pontos de partida para a elaboração do livro O Mundo das Copas.

Pesquisa, compilação de dados, visitas a partidas antigas, textos e disposição dos elementos no papel avançavam em paralelo. Tudo ao mesmo tempo. O livro não foi feito de maneira linear ou ordenada. Enquanto a de Copa de 1982, a primeira a ser feita, serviu de base para as outras, a de 1958 ficou crua até os últimos momentos. Livros, revistas e jornais traziam relatos e fatos de cada partida, ou da seleção brasileira, ou dos bastidores. A análise de filmes antigos propiciou a descrição de gols e lances revelantes. A internet trazia referências para ilustrações de jogadores e de uniformes. Conversas com jornalistas estrangeiros ajudaram a esclarecer certos detalhes, como os cinco “pênaltis” marcados na partida entre Argentina e México, em 1930. A ajuda de Rachel Ribas, com câmera na mão, foi fundamental para as imagens de jogadores posados.

Ao todo, sete softwares diferentes foram usados. Sem a atual tecnologia, seria impossível chegar ao saldo final: 608 páginas, 708 jogos analisados, centenas de estatísticas, lista de todos os jogadores que estiveram em uma Copa do Mundo, seleções dos sonhos, mais de mil figurinhas de jogadores. Mesmo as repetidas ajudam a completar o “álbum”. E pensar que tudo começou com um álbum de chiclete…

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