9:12As mocinhas de Curitiba

por Jamur Jr

Bonitas, elegantes, charmosa e recatadas. Nos anos 50, as mocinhas curitibanas desfilavam charme e beleza pela Rua 15, a passarela de todos os curitibanos que curtiam uma passada pela Confeitaria das Famílias e uma coalhada com canela na Confeitaria Schaffer. Elas, sempre muito bem vestidas, eram frequentadoras assíduas dos pontos de encontro na principal rua da cidade. Os namoros rápidos ou duradouros aconteciam nos encontros dessa rua, nos cinemas e nos bailes dos clubes sociais. Ir ao cinema era programa que agradava a todos, menos ao papai mais severo que temia por avanços que pudessem perturbar a vida pacata de sua amada filha. As opções para ver filmes se concentravam nas imediações da Rua 15, na rua Voluntários da Pátria: os cines  Curitiba e América; na Avenina João Pessoa, o Palácio, o Opera e o Avenida; no início da Rua 15 o Brodway e na, segunda quadra, o Cine Ritz, onde é hoje uma galeria com o mesmo nome. Na Praça Zacarias, o Cine Luz, mais modesto e com o grave problema das enchentes que surpreendiam o espectador quando a água da chuva invadia o recinto, encharcando o lustroso sapato. Ir ao cinema era um programa dos mais apreciados pelos galãs que esperavam um beijo roubado no escurinho ou, pelo menos, ficar vendo  filme de mãos dadas com a amada. Quem não apreciava cinema costumava ficar em frente ao Instituto de Educação, no início da rua Emiliano Perneta, para ver a saída das meninas bonitas que pretendiam ser normalistas e ensinar crianças nas escolas da cidade. Com seu uniforme tradicional de saia azul  pregueada e blusa branca, arrancavam suspiros da plateia de meninos que se aglomeravam no início da tarde  para ver o desfile de belezas jovens. No bairro Água Verde havia um colégio que ensinava,  entre outras coisa, bordados e arte culinária etc. Era conhecido entre a rapaziada como “Caça Marido” . Era outro local onde os marmanjos se reuniam para ver a saída do colégio.  Muitos destes estabelecimentos de ensino fecharam, cinemas, todos, a Rua  15, por onde passavam carros e até uma linha de ônibus (Praça Osório-Alto da 15) virou calçadão, os bailes de debutantes ficaram na lembrança como, aliás, quase tudo que a bela cidade de Curitiba teve um dia para alegria de seus habitantes e a memória de uns velhinhos que gastam parte de seu tempo revivendo o passado – um  passado repleto de alegria, prazer, talentos e muita moça bonita.

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