por RD
A hipocrisia é uma homenagem que o vício presta à virtude (La Rochefoucauld)
Olha quem fala O deputado Eduardo Cunha, presidente da câmara federal, adverte: “Os deputados que optarem por não comparecer à sessão em que for votado o impeachment de Dilma passarão atestado de caráter”. Está melhorando o nosso Cunha, já entende de caráter. O alheio.
Ventríloquo de si mesmo Aliel Machado (REDE/PR) inscreveu-se duas vezes para falar na comissão do impeachment, uma contra e outra a favor. Aliel faz lembrar Richard Nixon, o presidente dos EUA que renunciou para evitar o impichamento.
Dizia-se que Nixon contava uma mentira pelo lado esquerdo da boca e outra pelo direito; se necessário, desmentia as duas falando pelo meio da boca, tudo ao mesmo tempo. Aliel está longe de ser um Nixon. É apenas ventríloquo de si mesmo.
Palavras ao vento “Somos capazes de fazer o país crescer de novo” – palavras da presidente Dilma na semana. ‘Somos’ quem? A turma que quebrou o país nos últimos cinco anos?
A fala do duplex Lula critica as delações premiadas: “Está com cheiro de BBB”. Faz sentido. No BBB o pessoal passa mais tempo fazendo e dizendo indecências, também com grampos legais. Embora a televisão ainda não transmita odores, aquele confinamento do BBB passa sempre a ideia de que ali há défice de um banho e três desodorantes por dia. Igual ao BBLula dos últimos treze anos.
Lá, como aqui Vladimir Putin denuncia conspiração internacional contra a Rússia no vazamento de um suposto patrimônio seu nas offshores identificadas pelos Panama Papers. A conspiração dos inimigos é a eterna desculpa dos suspeitos. Vemos muito disso no Brasil no discurso de que vazamento é golpe. Sempre se aponta e golpe e nunca se examina o conteúdo daquilo que vaza.
Que país é este? O impiche de Dunga ainda sai e o de Dilma vai para o arquivo morto. O brasileiro tem medo de um técnico que pode perder de 7 a 1 e não se lixa para a presidente que leva de 100 a zero.