por Xico Sá
Além de ser uma ótima atriz, Claudia Ohana ficou também conhecida, a partir da Playboy clássica de 1985, como a musa da mais bela e virgem mata tropical da humanidade.
Mesmo em uma época em que era comum a preservação dos nossos bosques, La Ohana virou símbolo e fetiche da ecologia pubiana.
Eis que, nesta madruga, ela revela ao país, ao ser indagada por Fernanda Lima no programa “Amor & Sexo”: agora depila direitinho. Sem exageros de desenhozinhos artíticos, mas depila. Os tempos mudaram; as modinhas de fêmea são outras.
Que me perdoem os homens sérios deste país idem, esta é a grande notícia, o grande furo da semana. Pelo menos para os meus companheiros geracionais.
É um furacão na crônica de costumes tão relevante como a pororoca política da aliança do governador Eduardo Campos com a ecologia pentecostal de Marina da Silva.
Quem se importa com o aumento da taxa de juros, a maior do mundo, diante de uma revelação tão cabeluda?
Esqueça a polêmica das biografias autorizadas e todos os zuns de besouro íma.
Ignore o protesto de Paulo Coelho sobre a participação brasileira na Feira do Livro de Frankfurt.
E por falar em Frankfurt, releia o providencial discurso do escritor Luiz Ruffato, o cabra de Cataquases que tirou o capinzim metafísico do canto da boca e ruminou as dores do mundo.
Releia e volte a pensar na política pubiana sustentável.
Releia e repense a clareira na Amazônia Legal de La Ohana.
Volto a indagar, no meu panfleto lírico: cadê o Greenpeace que não vê uma coisa dessas.
Como a musa falou que a depilação é sem exageros, até que entendo. Tudo em volta não está deserto, tudo certo, tudo é sustentável, Roberto.
Deve ter ficado assim meio Nanda Costa, torço, espero.
Nanda da novela, Nanda total do filme “Febre do Rato”, Nanda que tanto chocou a patrulha limpinha dos mancebos frouxos de hoje.
Deve ter chocado aquela gente que faz sexo e corre para tomar banho, que não sabe guardar o melhor dos cheiros na barba malfeita.
O amor é o de sempre, La Ohana, meu amor é à prova de cera negra espanhola.
*Publicado na Folha de São Paulo
A frase “Pelo menos para os meus companheiros geracionais” deveria ser re-escrita para “Menos pêlo para os meus companheiros geracionais”.
Grande Chico Sá !
Assisti e adorei o show de Xico Sá no Amor e Sexo.
Bela Ohana, minha musa eterna.
Linda e inteligente.
Predicados de uma vida feliz.
Pelo menos…