CRÔNICAS DE ALHURES DO SUL
Por Manoel Carlos Karam
Lidas pelo autor na BandNews FM 96,3, Curitiba, às segundas-feiras, entre seis da tarde e sete da noite, e na terça-feira de manhã – ou a qualquer momento em edição extraordinária.
(22 de outubro de 2007)
Sempre que vejo uma mesa cercada de jogadores de baralho me preparo para o meu número de mágica.
Fico rondando a mesa até ter a chance.
É quando o maço de cartas fica no centro da mesa aguardando alguém que o corte e então o outro jogador possa dar as cartas.
O meu gesto é rápido, como todo passe de mágica.
Digo subitamente:
Vou cortar o baralho num ás.
Estico o braço sobre a mesa, separo o maço de cartas em dois e ergo um deles.
Mostro a carta que ficou exposta na minha mão.
Que teria que ser o ás prometido.
Raramente dá certo.
Quase sempre nem sombra do ás.
Mas quando o acaso me ajuda e exibo um ás, é o maior sucesso.
Todos querem saber como é que eu faço aquela mágica tão incrível, fantástica, extraordinária.
Não tem mágica.
Dependo do acaso para dar certo.
Mas isto é segredo.
Não conto pra ninguém.