por Osman Gadoso

Touro

Ano novo, vida nova? Só para rimar: uma ova! Tente pensar uma coisa, caro taurino ou seja lá de que signo você for: aquela alegria esfuziante, a esperança transbordante que te invadiu nas festas do final do ano, de onde surgem? Ah, já sei, você vai dizer que aprendeu assim, que é induzido pela lavagem cerebral dos meios de comunicação ou pela osmose dos semelhantes, blablabli, blablablá. Te digo, com a certeza de quem nunca tem certeza: errado. Esse bem estar que te faz enfrentar horas e horas dentro de carros, se apertar nos balneários, assistir às brigas de família onde, de vez em quando, até maionese ganha asas, existe, está aí, dentro daquele com quem você conversa ininterruptamente, até quando dorme. Seu companheiro inseparável, seu algoz, seu conselheiro, seu atrapalhador, seu promotor de grandes cagadas e de grandes felicidades, o mistério que carregas consigo, ou seja, você mesmo. Como buscar isso? Tem uma lição simples: acordar e agradecer por não ter embarcado durante o sono. Quanta aventura pela frente, nas 24 horas. Aventura do simples, aventura de presenciar a água ferver e sentir o cheiro do café, fazer xixi, tomar banho, produzir no trabalho, conversar com os filhos, pais, amigos, amor, sentir a energia do próprio corpo, máquina fundamental que te carrega, enfim, viver normal e pesar bem o que vale a pena. Depois, dormir. Antes, agradecer, a você mesmo. Deus anda por aí.