14:06A morte do músico, a revolta e os esclarecimentos

A reportagem “Músico morre após esperar um leito por 35 horas em Curitiba” (ver link abaixo), publicada ontem à noite no site da Gazeta do Povo causou revolta ao colaborador “Mané Galo” e resultou também num artigo contundente da jornalista Thea Tavares no blog Lado B. Ambas as manifestações enviadas para este blog estão aqui reproduzidas, assim como algumas informações prestadas por Matheos Chomatas, Superintendente de Gestão da Prefeitura de Curitiba, citado na referida matéria. O corpo de Emerson Antoniacomi, 40 anos, está sendo velado desde as 11h na capela 4 do cemitério da Água Verde onde será enterrado às 16h. Pela gravidade e circunstâncias, este caso precisa ser devidamente esclarecido. Confiram:

http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1255900

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A história do músico que ficou 35 horas a espera de uma UTI e morreu, revela a qualidade da administração dos urbanistas que ocupam o poder a cada quadro( ou oito) anos. (Mané Galo)

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por Thea Tavares

Festival de música em Curitiba começa em luto

Mas nada se compara com a raiva que senti quando o relato do drama da família e dos amigos de um músico e produtor artístico de Curitiba que passou mais de 35 horas, após sofrer um AVC, à espera de uma cirurgia de EMERGÊNCIA, de um neurocirurgião e de um leito hospitalar. A reportagem do jornal e cada linha de relato do que aconteceu deixa a nós, cidadãos e contribuintes, usuários das políticas públicas, arrepiados de tanta indignação. O manifesto de incompetência da assessoria do prefeito Luciano Ducci (PSB) – que é médico – não consola ninguém e nem tranquiliza, apenas sentencia que o risco dessa barbaridade voltar a acontecer é real. Soa praticamente como um anúncio!

Da parte do cidadão comum, diante de uma incompetência institucional tamanha, de conselhos e mecanismos de fiscalização e de controle social manipulados ou ignorados pela pressão política exercida do palácio municipal sobre essas instituições, da esmagadora maioria dos vereadores coniventes e limitados a rezar a cartilha do prefeito, de servidores descontentes, sob pressão, calados e desvalorizados, resta desesperar ou canalisar essa revolta toda para a convicção de que é preciso mudar.

A maior emergência médica hoje na cidade é trocar o grupo desgastado e acomodado que se instalou na prefeitura de Curitiba e que deixou há muito de defender o interesse público. Munidos de propaganda e do poder da máquina administrativa, sua única preocupação é a de se manter no poder. E essa “causa” repercute lá na ponta na qualidade dos serviços prestados na escola, na creche, no posto de saúde, na insegurança e nos diversos males que atingem com crueldade quem depende apenas do amparo das políticas e dos serviços públicos. Dá uma raiva enorme de tragédias anunciadas como essa que resultou na morte do músico em Curitiba.  Infelizmente, esse assunto não é desvinculado da discussão política porque a incompetência gerencial plantada, acomodada e arraigada há três décadas no Executivo curitibano, que só enriqueceu corporações locais e criou verdadeiras máfias em torno dos serviços públicos, é mesmo de matar!

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Segundo Matheos Chomatas, Superintendente de Gestão da Prefeitura de Curitiba, estes são os principais tópicos sobre os procedimentos adotados com o músico Emerson Antoniacomi:

– O paciente recebeu atendimento já no trajeto da ambulância do SAMU até o CMUM Boa Vista, onde chegou, na terça-feira (15) à noite, em estado gravíssimo, com suspeita de lesão cerebral.

– Foi imediatamente levado ao Setor Avançado de Vida da unidade, entubado e estabilizado, procedimentos que seriam adotados em uma UTI .

– Na quarta feira (16), foi levado ao HC para uma tomografia. O exame diagnosticou um sangramento abundante na região cerebral, quadro difícil de ser revertido, mesmo com cirurgia.

– Enquanto permaneceu no CMUM o estado de saúde do paciente permaneceu estável, sem piora.

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7 ideias sobre “A morte do músico, a revolta e os esclarecimentos

  1. Futrica

    As explicações da autoridade só confirmam que se você tiver um AVC e depender do serviço público, sifu!

  2. Catia

    Falamos das autorizades… mas e a máfia da medicina e dos médicos, esses seres qua são tratados como semideuses e se negaram a atender o Emer?!

    Todo mundo sabe que quem administra os hospitais são os médicos! E todo dono de hospital é (ou são) médico! Não são admnistradores comuns. SÃO MÈDICOS!!!

    Pois é… o prefeito é médico. Será o lado monstro dele que admnistra Curitiba???

  3. Parreiras Rodrigues

    O paciente chegou em estado gravíssimo, disse o gestor da saúde do município.
    Recebeu atenção da saúde, sim.
    Esteve no Hospital de Clínicas – uma referência no trato dos que lá são assistidos.
    Insensibilidade e comportamento anti-cristão, de desrepeito até com a família e amigos do rapaz, a pressa na busca de dividendos políticos em cima de uma fatalidade.
    E. como sempre, a crítica generalizante a respeito da classe médica, dai desacreditada.
    Coisa feia!

  4. Barbara Kirchner

    Só faltou o Dr. Chomatas responder a pergunta principal: como é possível alguém morrer aguardando um leito de UTI em Curitiba. Faltam leitos na ilha da fantasia?

  5. Barbara Kirchner

    Corrigindo: faltam leitos na ilha da asfalto-fantasia? Quantos leitos seriam disponibilizados com a verba empregada nestas obras asfalto-calçadolísticas?

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