21:25Helena de Lima, adeus

Da FSP

Morre Helena de Lima, cantora da era ouro da noite, de ‘Estão Voltando as Flores’

Artista começou na década de 1940, gravou seu último disco em 2007 e seguiu fazendo shows mesmo após os 90 anos

Morreu Helena de Lima, uma das cantoras lendárias da música nacional, que fez sucesso na era de ouro da noite —entre os anos 1950 e 1960—, sobretudo com sua versão para a marcha-rancho “Estão Voltando as Flores”, de Paulinho Soledade. O anúncio foi feito nesta segunda-feira pelas redes sociais do Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, instituição onde a cantora morou nos últimos anos. Ela tinha 95 anos e faria 96 nesta terça-feira.

“Helena de Lima era um milagre. Quando soltava a voz, era capaz de ser ouvida até fora da boate e, mesmo assim, dava a impressão de que estava cantando só para uma pessoa de cada vez. E essa voz lhe foi grata até o fim —mesmo com a idade avançada, ela nunca a abandonou”, afirma Ruy Castro, colunista deste jornal.

Como ele já destacara em texto de 2016, entre os maiores sucessos de Helena de Lima estão “Na Cadência do Samba”, de Ataulpho Alves, “Prece”, de Vadico, e “Mora na Filosofia”, de Monsueto.

Também se destacam “canções feitas para ela, pessoais e intransferíveis”, como definiu Ruy Castro, como “Boa Noite, Rio”, de Haroldo Barbosa e Luiz Reis, “Verdade da Vida”, de Raul Mascarenhas e Concessa Colaço, e “Estão Voltando as Flores”, de Paulo Soledade. Fizeram parte de sua geração nomes como Angela Maria, Lana Bittencourt, Doris Monteiro, Elza Soares e Ellen de Lima.

Descoberta por César Ladeira ainda nos anos 1940, gravou seu primeiro disco em 1952 e seguiu fazendo shows na noite de São Paulo e do Rio de Janeiro. Já em parceria com o maestro Lauro Miranda, gravou uma série de discos, muitos ao vivo, como “Uma Noite no Cangaceiro”, de 1964, que faz referência à casa carioca onde também se apresentava Elizeth Cardoso, na mesma época.

“Sentimentos”, seu último álbum, foi gravado há 15 anos, de forma independente. Ainda assim, ela seguiu fazendo shows mesmo uma década depois, já com mais de 90 anos, em grandes casas do Rio de Janeiro.

 

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