por Claudio Henrique de Castro
Entre 1500 e 1867 os navios negreiros embarcaram na África cerca de 12,5 milhões de cativos. Desse total, 10,5 milhões chegaram vivos à América – estima-se que 1,8 milhão morreram na travessia do Oceano Atlântico.
Ao Brasil vieram 5,8 milhões de escravos.
A abolição da escravatura ainda não é plena no Brasil.
Um estudo no qual foram analisadas 174 telenovelas produzidas entre 1964 e 1997 pela Globo e Tupi revelou que os negros e mulatos sempre foram retratados de forma submissa e preconceituosa, e isso reforçou o imaginário racista e estereotipou o negro brasileiro.
O livro se transformou em filme: “A negação do Brasil – o negro na telenovela brasileira”, do estudioso Joel Zito Araújo.
O estereótipo novelesco reforçou e estabeleceu padrões tidos como naturais, normais e aceitáveis. Nesse sentido , banalizou-se a violência contra as mulheres negras e os assassinatos nas periferias.
A exclusão social em larga escala, somada ao racismo estrutural, gera violência e criminalidade. O resultado é que em 2019, dos quase oitocentos mil encarcerados no Brasil, cerca de 66,7% eram negros.
Os negros também lideravam como vítimas de homicídios: foram 74,4%. A intervenção policial faz 4,2 vítimas a cada 100 mil habitantes negros.
O crime de injúria racial possui elementos referentes à raça, cor, etnia, religião e tem crescido no Brasil. De 2018 a 2019 cresceu 23,4%.
Um negro é assassinado no Brasil a cada 23 minutos.
As mulheres negras têm 2,2 vezes mais chances de serem mortas do que as branca na escalada de violência que só aumenta no Brasil.
A população negra ganha menos e é a que mais sofre com o desemprego e a que mais é vítima da pandemia.
Pertencer a uma religião afro-brasileira ainda é um desafio. Cerca de 59% dos crimes de intolerância são praticados contra candomblecistas e umbandistas.
O 13 de maio, portanto, é todo o dia. Acabar com o racismo estrutural no Brasil e sua negação hipócrita ainda não é uma política de estado.
Quatro séculos de escravidão não se resolvem num passe de mágica, mas somente com políticas sociais inclusivas e, essencialmente, com educação em larga escala, pública e de alta qualidade.
Fontes:
GOMES, Laurentino. Escravidão: do primeiro leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares. V. I. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2019.
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs0705200007.htm
https://www.dw.com/pt-br/ser-negro-no-brasil-mais-que-dobra-chances-de-ser-assassinado/a-41747555
https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2020/10/anuario-14-2020-v1-interativo.pdf
https://www.extraclasse.org.br/opiniao/2021/01/os-riscos-de-ser-jovem-e-negro-no-brasil/
https://www.revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/10486
Sugestão: leia o livro Sapiens de Yuval Harari e vc vai entender que infelizmente isso NUNCA irá acabar.
Escravos tem até hoje nas fazendas de barões e de vivaldinos como o Ratinho Pai,e os pobres do Brasil de hoje estão pior que na escravatura,o pobre da era Bozo está muito pior,
SS continua o mesmo abobalhado de sempre