Ivan Lessa se livrou deste período alucinado dos brasileiros que, sem entender o que leem, como analfabetos funcionais, querem opinar sobre qualquer assunto. O saudoso dizia que “leitor não tem que escrever, leitor ter que ler”. Hoje, com a internet e o espaço aberto para demonstrações de imbecilidades, é comum, por exemplo, o fulano achar que um texto de humor irônico e ácido é análise política de especialista, como está registrado aqui entre os “comentaristas” que há algum tempo babam de ódio querendo extirpar qualquer fiapo que esteja do lado oposto ao seu (dele) pensamento. Além de não saber ler, em geral essas pessoas não têm a mínima ideia de quem é o inimigo que escreveu o que lhe desagradou – e dá-lhe despejar bílis em forma de palavras, como se isso fosse aliviar o surto. O pior é que, de uma forma geral, não há como contê-los – mesmo porque não há camisas de força suficientes em estoque.