18:00Poema de amor e de águas

de Zeca Corrêa Leite 

Se, amando-me, quiser de mim o meu amor,

dê-me de beber águas de teus encantos

em momentos simples, pequeninos,

absortos quase,

e que eu mal perceba…

 

Se, amando-me, ter em mim seu prisioneiro,

torna a dar-me águas de teus encantos

para alimentar meu peito

de descobertas e sonhos.

 

Mas,

se amando-me, sentir que o amor se foi,

interrompe aos poucos as águas que me sustentam.

 

A cada dia um cálice quebrado,

ferimentos dos cacos nas mãos.

 

Tão breve e minha alma seca.

* Do livro “O velho e alguns escritos“, lançado nesta semana

 

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