7:50PENSANDO BEM…

ROGÉRIO DISTÉFANO

Michel Temer, última esperança coxinha, teria comprado o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Via mesada, segundo o dono do frigorífico que soltaria a grana: R$ 500 mil semanais por 20 anos. O negócio, frente a frente entre o presidente da república e o presidente da JBS, conforme o relato do jornal O Globo. Tudo filmado pela polícia federal e relatado ao ministro Édson Fachin. Temer deveria demitir o diretor geral da PF. Por bem menos, investigação de conversas entre um assessor e gente da Rússia, o presidente Donald Trump demitiu o diretor do FBI. A menos que funcione o impiche de Trump. Daí ao de Temer é questão de horas.

Novidade nenhuma, Aécio Neves também caiu na malha da PF pedindo R$ 2 milhões ao dono do JBS, o frigorífico em questão. O dinheiro foi entregue a primo do tucano e depositado em conta de empresa do senador mineiro, um outro, o que alugou helicóptero a traficante de cocaína. Até aí, como se diz em Minas, morreu Neves e Aécio, da família, está morrendo faz tempo, mais lento que o avô, mas sempre em hospitais de Brasília. Dá pena de Aécinho, a tomar dinheiro para pagar dívida pessoal. Fico a imaginar, dívida com quem? Ó dúvida. Esse Aécio nunca exalou olor de sacristia.

Mas Temer, pilar de constitucionalidade, não dá para comprar, o presidente e a versão. Versão que se perde na implausibilidade: aquela de que o Rodriguinho Rocha Loures, amigo do peito de Temer e deputado federal de sua intimidade, teria sido o negociador da mesada para Cunha, quatro vezes mais longa que o mais longo consórcio de automóveis. Se não tem mentira, tem exagero. Nem Temer nem Cunha viverão para 20 anos de propina, morrem antes. O deputado Rocha Loures vai longe, bem longe. Mas ele seria o intermediário, gente sempre honesta na sagrada coleta de propina. E nem isso caberia nele, afinal é homem rico.

Como fazem desde a traição do judas Delcídio, os petistas entrarão a esquecer o que o baluarte da mídia golpista dizia de deus Lula e da virgem Dilma. E nóscoxinhas perdemos a piada. Como a que recebi ontem. A doutora petista morre, sobe ao céu, destino final dos petistas, onde, recebida por Deus, pergunta-lhe se Lula era corrupto. Deus confirma, mas diante da santidade da companheira, concede-lhe a ressurreição. De volta ao ABC, a doutora corre para o Facebook e despacha para a companheirada: “Adivinhem quem foi comprado pela Globo?” Laiques em tríplex.

 

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