6:47O jornalista, a demissão e a acusação de perseguição política

O deputado estadual Tadeu Veneri (PT) revelou ontem, no plenário da Assembleia Legislativa, que o jornalista Celso Nascimento, da Gazeta do Povo, o principal colunista político do Paraná, foi demitido do cargo que tinha no Governo do Paraná, do qual estava licenciado sem remuneração, por questões políticas. Segundo Veneri, o que aconteceu foi uma repetição do ocorrido no governo de José Richa, quando Nascimento foi demitido e depois conseguiu o cargo de volta através de ação judicial. “Beto Richa fez a mesma coisa que o pai”, disse o parlamentar. “O governo dá licença para um monte de funcionários, permite que se transfiram para outros órgãos, mas ao jornalista não. Ele tinha direito à licença sem remuneração. Fez isso para exercer o jornalismo”, disse Veneri. Os advogados de Nascimento analisam o caso para tomar providências na Justiça.

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4 ideias sobre “O jornalista, a demissão e a acusação de perseguição política

  1. roque

    Noticia do blog de Fabio Campana de maio de 2011:

    Celso Nascimento devolve dinheiro ao governo

    Do jornal Gazeta do Povo:

    Celso Nascimento, colunista político da Gazeta do Povo, devolveu ontem R$ 8.795,82 ao governo do Paraná. O dinheiro havia sido depositado em uma conta-corrente formal mas inativa sem o conhecimento do jornalista, a título de salários entre janeiro e abril deste ano. Nascimento é funcionário público afastado da administração estadual.

    O pagamento foi feito em meio a um processo de pedido de licença do cargo de jornalista na Secretaria de Comunicação Social do Paraná.
    As regras internas da Gazeta do Povo não permitem que seus jornalistas trabalhem em outras funções que o coloquem em conflito de interesse com o trabalho jornalístico independente da publicação.

    Funcionário do governo do estado desde 1975, contratado em regime de CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) – contratação sem concurso público –, Nascimento foi demitido, juntamente com outros servidores, por motivos políticos em 1984, durante o governo José Richa (1983 a 1986).
    Uma lei estadual aprovada em 2009 concedeu anistia ao grupo, que passou a ter o direito de ser readmitido no serviço público. O processo de Nas­­cimento foi concluído em meados de dezembro de 2010. “Era o que eu pretendia: obter mi­­­nha recuperação mo­­­ral e ter reparado um ato injusto”, diz Nascimento. Ele, no en­­­tanto, deveria se reapresentar para o trabalho em janeiro de 2011.
    O jornalista, então, requereu licença sem vencimentos por dois anos, a partir de 1.º de janeiro. Considerou que o cargo público é incompatível com seu trabalho de colunista político, como regem as regras internas da Gazeta do Povo. O procedimento foi protocolado na Secretaria Estadual de Adminis­­­tração e Previdência Social e comunicado ao secretário estadual de Comunicação Social, Marcelo Cattani.
    Até quinta-feira passada, Nascimento considerava que seu pedido havia sido aceito. Recebeu, então, um telefonema que o informava que precisava voltar ao expediente no governo. Descobriu que sua licença fora indeferida – embora, diz ele, não tenha sido informado disso. Também descobriu os depósitos referentes ao salário. A conta, no Banco do Brasil, é antiga e não utilizada há anos pelo jornalista.
    “O Estado não apresentou a lotação do funcionário e, sabendo que ele não estava prestando o serviço, já que não foi convocado, fez os pagamentos”, afirma o advogado do jornalista, Luiz Fernando Pereira.
    O secretário de Estado da Administração, Luiz Eduardo Sebastiani, diz que o ato de posse era a única exigência para que os pagamentos fossem feitos e que havia um acordo para que Nascimento não comparecesse enquanto o deferimento era decidido. A devolução, afirma, resolve o caso do pagamento irregular. Cattani diz que pode ter havido falha de comunicação interna no encaminhamento do pagamento.
    Agora, Nascimento espera a notificação oficial sobre o pedido de licença. Caso ela seja indeferida, o advogado pretende recorrer judicial e administrativamente. Se negada definitivamente, Nasci­­­mento diz que vai pedir exoneração do serviço público para continuar suas atividades de colunista na Gazeta, jornal com o qual mantém vínculos há 45 anos (com alguns períodos de interrupção).
    O caso
    Nascimento trabalhava como assessor de imprensa do então secretário estadual do Planeja­­­mento, Belmiro Castor, quando foi demitido pelo governador José Richa (pai do governador Beto Richa). Ele atuou ao lado de Castor em denúncias de corrupção contra Erasmo Garanhão, então secretário estadual de Fazen­­­da. O caso teve repercussão nacional à época.
    As denúncias contra Garanhão foram comprovadas por uma comissão instaurada por Richa pai. Celso Nascimento e os secretários Garanhão e Belmiro Castor foram demitidos.
    A anistia aos servidores demitidos – que inclui outros ca­­­sos considerados como perseguição política – foi sancionada pelo governador Roberto Requião (PMDB).
    ———
    Nossa opinião
    Aos leitores
    A Gazeta do Povo reafirma seu compromisso com as boas práticas jornalísticas e informa a seus leitores que não admite, em nenhuma hipótese, a atuação de profissionais em situação de conflito de interesses. É essa também a postura do colunista Celso Nascimento, tanto que ele manifestou a decisão, levada a cabo ontem, de devolver os valores creditados indevidamente em uma conta inativa tão logo soube, por um telefonema recebido no dia 5 de maio, que seu pedido de afastamento sem vencimentos estava indeferido. Nascimento também confirmou o compromisso de, esgotadas as possibilidades de manter-se afastado sem vencimentos, exonerar-se do serviço público. O jornal reconhece seu gesto como manifestação de total obediência às normas éticas que vigoram na redação e, por meio deste comunicado, manifesta ao público que Celso Nascimento, com seus 45 anos de experiência e de grande reputação profissional, segue tendo com a sociedade em geral, e com os leitores da Gazeta do Povo em particular, o mesmo compromisso mantido nestes cinco anos de publicação de sua coluna, que é o de informar e analisar com transparência fatos públicos relevantes, que digam respeito ao interesse geral do Paraná.
    Quarta-feira, 11 de Maio de 2011 – 10:23 hs.

  2. josé

    Mas ué… Não era o Richa Pai, o paladino da honestidade?

    Nascimento trabalhava como assessor de imprensa do então secretário estadual do Planeja­­­mento, Belmiro Castor, quando foi demitido pelo governador José Richa (pai do governador Beto Richa). Ele atuou ao lado de Castor em denúncias de corrupção contra Erasmo Garanhão, então secretário estadual de Fazen­­­da. O caso teve repercussão nacional à época.
    As denúncias contra Garanhão foram comprovadas por uma comissão instaurada por Richa pai. Celso Nascimento e os secretários Garanhão e Belmiro Castor foram demitidos.
    A anistia aos servidores demitidos – que inclui outros ca­­­sos considerados como perseguição política – foi sancionada pelo governador Roberto Requião (PMDB).

  3. Souza

    quá, quá, então o paladino da justiça é barnabé. essa é demais. trabalha na Gazeta e é barnabé. licença sem remuneração?? pra quê, para usar o sas? quá, quá. já que tanto critica os outros, o celso que dê exemplo e peça demissão. ou ele quer manter os dois vínculos de emprego, de barnabé e de colunista?

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