Do ombudsman
Se a Gazetona digital continuar publicando constatações como estas sobre as universidades públicas: “O custo de um aluno do ensino superior no Brasil ultrapassa o de mais de uma dezena de estudantes do fundamental. Pesquisas pouco relevantes são financiadas com dinheiro do contribuinte, incluindo da camada mais pobre da população. E as universidades públicas são palco de cenas capazes de constranger mesmo as mentes mais avançadas“, que abriram o debate neste final de semana entre blogueiros recentemente contratados, corre o risco de ser taxada por militantes de fora e de dentro de porta-voz da direita fascista. O título, então, parece uma provocação para os que estão na outra margem: “O fim das universidades públicas é bom para a educação brasileira?”
O autor do artigo poderia enumerar então a quantidade de pesquisas sérias produzidas pelas universidades particulares. As universidades públicas têm problemas e pesquisas de valor discutível. Claro que sim. Aqui ou no Canadá. Basta ver o número de prêmios Ig Nobel que pesquisadores desenvolvem em universidades famosas mundo afora. Quanto a acabar com universidades gratuitas, parece dor de cotovelo de quem não conseguiu passar no vestibular de uma Federal.
Mas será que não vale a tentativa? O que deveriam ser centros de saber se transformaram em locais de um reacionarismo histérico, dominados por correntes políticas e de interesses exclusivamente pessoais e de um corporativismo profundamente arraigado. Conheço professores da UFPR agarrados nos seus cargos tal carrapato em lombo de boi, só sai arrancado à força. Se a sociedade realmente for levada a refletir sobre o assunto talvez muita gente se espante com o resultado desta reflexão.