19:39Neymar segue o dinheiro

Juca Kfouri exagerou, no bom sentido, ao mostrar, na coluna que escreve na Folha de S.Paulo (ler abaixo). o Neymar que está a mil anos luz de Dondinho, pai do Rei Pelé, que aconselhou o menino a cuidar apenas do talento quando quando este saiu de Bauru para brilhar eternamente no mundo com a camisa do Santos e da Seleção Brasileira. Neymar corre o risco de ser comido por sua frivolidade, incapaz de dizer não às mirabolâncias que lhe são oferecidas, sempre de galho em galho, longe de sossegar o facho” , dispara com lucidez o jornalista num texto cujo título é a essência que parece mover o jogador: “Siga o dinheiro!”

Confiram:

Siga o dinheiro!

O milionário mundo do futebol europeu vive nova turbulência.

Nem passados seis meses da espantosa transação que tirou Neymar do Barcelona e o levou para o PSG, o mercado se agita com a possibilidade de nova transferência estratosférica, agora de Paris para Madri, depois do fim da Liga dos Campeões, em maio.

Reveladora do mercenarismo do craque que saiu mal do Santos, e do time catalão, e se prepara para repetir a dose com o Paris Saint-Germain?

Que ele é louco por dinheiro todos sabemos, mas nem é só de argentarismo que se trata.

É também da superficialidade, da dissimulação, de como se tornou frágil a relação entre os ídolos e seus fãs.

Neymar está na história do Santos, mas não se compara ao lugar que o Rei Pelé ocupa nos corações santistas, mesmo daqueles que não o viram jogar.

Faz parte também da trajetória do Barça, sem comparação com Lionel Messi para não ir longe.

Corre o risco, agora, de passar como cometa pelo PSG, depois de iluminar até a Torre Eiffel.

Se, de fato, for para o Real Madrid, a menos que conduza seu time atual à conquista do campeonato europeu, terá sido um sonho fugaz, sem a grandeza, por exemplo, de Raí, para comparar com outro brasileiro, até hoje ligado ao clube parisiense.

Indo para o time merengue, nem original Neymar será, porque Evaristo de Macedo e Ronaldo Fenômeno viveram a mesma experiência, o primeiro em ponte-aérea direta, o segundo com intervalo de cinco anos.

Evaristo atuou no Barcelona entre 1957 e 1962.

Em 1963 foi jogar no time merengue e lá ficou até 1965, tempo suficiente para virar ídolo também na capital espanhola.

Ronaldo passou só uma temporada, a de 1996/97, entre os blaugranas, brilhou na Inter de Milão por cinco anos e se transferiu para o Real em 2002, onde permaneceu até 2007 e ganhou tudo que era possível ganhar. Não satisfeito em vestir as camisas de maior rivalidade na Espanha, terminou sua carreira europeia no Milan, para desgosto dos torcedores da Inter.

As experiências de Evaristo e Ronaldo podem até servir de atenuantes para o eventual repeteco de Neymar, com a diferença, substancial, de que Neymar ainda não se firmou como ídolo no continente europeu.

Porque se não poderia mesmo concorrer com o argentino Messi na terra de Gaudí, ainda perde para uruguaio Cavani na Cidade Luz.

Alguém já disse que esperteza, quando é excessiva, acaba por engolir o esperto.

Neymar corre o risco de ser comido por sua frivolidade, incapaz de dizer não às mirabolâncias que lhe são oferecidas, sempre de galho em galho, longe de sossegar o facho.

Por mais gananciosa que seja a dupla Neymar$Pai$Filho, não será apenas por mais prata que a especulada transação poderá se dar, mas para que, no lugar de Cristiano Ronaldo, o craque possa, enfim, chegar ao ponto mais alto do pódio entre os jogadores do planeta bola e no clube mais badalado do universo.

Depois, se ainda não se transferir para algum dos clubes de Manchester, ou para os dois – um depois do outro, é claro -, quem sabe não volte ao Brasil para encerrar a carreira no…Corinthians?

Mais adequado ao seu perfil, impossível.

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