15:31Lava Jato, pedras e o fim do caminho

Do blog Interesse Público, de Frederico Vasconcelos

Do advogado e escritor José Paulo Cavalcanti Filho, em artigo publicado no “Diário de Pernambuco“, nesta sexta-feira (12), sob o título “Moro e Lula, o Encontro”:

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O juiz Sergio Moro (…) “sabe que a Lava Jato tem prazo para acabar. Conhece o precedente da Mani Polite (Mãos Limpas), na Itália. Em que, depois de 5 anos, ninguém mais queria saber da operação. E trabalha para que os processos estejam encerrados, todos, até o próximo ano.

Uma análise isenta mostra que tem se comportado bem. Até agora.

O ministro Carlos Ayres Brito pediu a gente sua, no Supremo, para conferir o percentual de suas decisões que foram mantidas – no TRF-4, no STJ e no Supremo. Deu 94% (jornais chegaram, mais tarde, a 96%). E constatou não haver um único juiz, no Brasil, com estatísticas de êxito sequer parecidas”.

Cavalcanti diz que o depoimento de Lula a Moro foi “civilizado”.

O ex-presidente, ainda segundo o escritor, “se diz, agora, vítima de um julgamento político, mesmo sendo só acusado por delitos de patrimônio”.

“E já se lançou candidato a Presidente. Nunca se viu isso. Faltando quase 2 anos. Algo sem sintonia com o tempo eleitoral. Como se não tivesse outra opção. O que faz lembrar mestre Jobim:

– É pau, é pedra, é o fim do caminho”.

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Do cientista político André Singer, em artigo publicado neste sábado (13), na Folha, sob o título “Cerco a Lula desequilibra o jogo”:

“O duelo de Curitiba, em si, acabou numa espécie de empate sem gols. O juiz teve a habilidade de apresentar uma faceta neutra, escondendo as próprias convicções sob a capa de perguntas objetivas. Lula, por sua vez, decidiu concentrar a agressividade no Ministério Público. Ambos devem ter entendido que o confronto aberto os prejudicaria perante a opinião pública.

Do ponto de vista do processo, contudo, o zero a zero era melhor para Lula, pois cabe à acusação o ônus da prova.

Segundo Singer, “o escândalo jurídico-midiático que cercou e cerca o longo diálogo paranaense pode ter feito a vantagem de Lula diminuir“.

“Delações não provam nada, mas criam, pela proximidade dos personagens, impressão muito negativa ao ex-mandatário.”

“Como o que está em jogo é o futuro da democracia brasileira, convém registrar que a história cobrará caro dos que resolverem cassar a candidatura popular, utilizando meios duvidosos e desiguais para fazê-lo”, conclui o articulista.

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3 ideias sobre “Lava Jato, pedras e o fim do caminho

  1. Sergio Silvestre

    Estranho,em Curitiba pode-se tudo,pois é um “penico”e esses tantos advogados de Curitiba ,irmão de procurador defendendo réu e agora essa do Palocci pegar em Curitiba seus advogados para suas delações,deve ter treta nesse negocio milionário,alguém enche as burras de dinheiro e ainda faz o trabalho sujo que deve ser feito.Seria uma industria da “delação”.

  2. jose

    André Singer: Secretário de Imprensa do Palácio do Planalto (2005-2007) e porta-voz da Presidência da República no primeiro governo Lula, (2003-2007).
    A democracia não corre risco nenhum. Esta palhaçada de querer dizer que é “perseguição” só serve para agradar os fiéis seguidores da madre tereza do Guarujá.
    E se existe uma “indústria” de delações é porque existe uma fonte abundante de crimes e criminosos.

  3. Benjamin Button

    Adorei a conclusão do ex-auxiliar do 51, ele inocenta de plano o ex-chefe e, absurdamente teme pelo futuro da democracia se o 51 for em cana. O que é que o hoje cientista político quer, que o 51 saia pela porta como se inocente fosse? O tal triplex não está no nome dele como os de muitos outros pilantras também não estão. O cinismo disfarçado do ex-auxiliar do 51 está mais do que evidente, será que o cara quer voltar novamente ao Governo juntamente com o ex-chefe?

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