8:01Juntando lé com cré, uma tese sobre a ação que prendeu Beto Richa

Ao dar entrevista para explicar a prisão do ex-governador Beto Richa, o chefe do Gaeco, Leonir Batisti, foi claro ao afirmar que a ação era apenas para investigação. “Não existe acusação, nem processo, nem inquérito, nem condenação”. Depois, ao falar sobre a ação da Lava Jato, dos federais, que aconteceu ao mesmo tempo, disse que ninguém iria acreditar, mas que foi coincidência. Pode ser, mas um especialista nos bastidores destes casos imediatamente abriu os arquivos para juntar lé com cré e ir no sentido contrário ao que disse Batisti. O entendimento em Brasília é que a ação foi heterodoxa para atropelar de qualquer forma um enrosco que havia no andar de cima do MP federal. A teoria é que o estadual foi acionado, com um empurrão da Força Tarefa da Lava Jato, e fez o estrago, mesmo que tecnicamente seja questionável juridicamente falando a ação. Recentemente, quando daquele estica e puxa sobre se uma ação contra Beto Richa deveria ser no âmbito da Justiça Eleitoral ou não, a revista digital Crusoé colocou uma holofote em cima da advogada Antonia Lelia Sanches, que defende o ex-governador. De cara se descobriu que ela se aposentou da Procuradoria Regional da República há pouco mais onde foi responsável pelo pedido de abertura de inquérito da Operação Quadro Negro, aquela que explodiu no colo do seu futuro cliente. Para a revista ela disse que não há conflito de interesses. Antonia Leila é amiga de Raquel Dodge, a Procuradora Geral da República. Segundo a revista, as duas têm uma amiga em comum: Maria Tereza Uille Guimarães, que integra o CNJ e foi secretária de Justiça no primeiro governo de Beto Richa. Não há nada de ilegal na amizade, mas se já havia questionamentos sobre as decisões que mantiveram o ex-governador de certa forma protegido do noticiário arrasador, agora embasa o que o sábio informante levantou para colocar uma luz sobre a ação do Gaeco.

Confira os trechos da reportagem da revista Crusoé:

 

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3 ideias sobre “Juntando lé com cré, uma tese sobre a ação que prendeu Beto Richa

  1. Caraca

    Muito pertinente a análise. A política saiu do âmbito dos partidos políticos que apodreceram e foi encontrar uma lar no também podre Ministério Público que, por sua vez, sofrerá um apodrecimento ainda maior.
    As estruturas do estado que deveriam servir à enorme população está servindo exclusivamente as corporações que as compõem.
    Nesse episódio fica claro que o tal do Batisti agiu politicamente, mesmo que o papel do Richa tenha sido escandaloso e vexatório.
    Seguindo o raciocínio deste senhor do que se fala da prisão do ex-governador e da sua esposa, haverá o dia que as pessoas serão presas em lotes para investigação.
    Pelo modelo de “justificativas” que ao que parece embasou a prisão, haverá o dia em que se quiserem investigar o jornalista Zé Beto prenderão seu pai, mãe, esposa e filhos (não sei se você os tem).
    Acho que o Richa deveria mesmo estar preso, mas só depois de um processo aberto, direito de defesa e decisão de sentença do juiz.
    O que fizeram, ao invés de representar justiça, deixa no ar o mau cheiro da vingança pessoal, do oportunismo, do desejo de mídia gratuita e da disputa suja da política interna corporis de um pais cujo todas as instituições estão mais que pervertido, putrefeito e fétido.
    Até a imagem do promotor, que conduziu toda essa ação, nos remete aqueles padres de retiradas paróquias da época da inquisição quando tudo era proibido a todos, menos ao todo poderoso padre vezeiro em cometer todas as espécies de abusos, inclusive a pedofilia.
    Se Deus existir, que nos salve desse inferno de perseguição.

  2. Biito

    Mas me diga: o ministro Fischer negou a prisão do governador Reinaldo Azambuja em Campo Grande.
    Mas prendeu o filho dele.
    O filho do ministro Fischer, juiz criminal mandou prender Richa, ex governador.
    Richa nomeou o irmão do Juiz e filho do ministro Fischer como Desembargador.
    Não tem nada demais.

  3. João Valdir alves

    Não há muito a comentar. O artigo está bem embasado! Há sim o que lamentar. O que esses canalhas fazem com um povo, que é castigado, por decadas de falsas promessas. Li em algum lugar, que precisamos voltar a ter vergonha, pois já não sabemos mais o seu real significado! Hoje temos tantos canais para pesquisar sobre em quem votar…precisamos urgentemente, trocar essa podridão instalado em nossos três poderes!!

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