por Zé da Silva
Touro
A foto era o que faltava para sua vida. Ele que procurou nos livros, nos astros, na terapia, enfim, em tudo onde imaginava encontrar um sentido para achar um rumo, uma luz, uma estrela guia, enfim, qualquer coisa para fazer sentido, ele, enfim, achou, entre centenas de imagens a que traduziu tudo. Comprou. Levou para casa. Colocou numa espécie de altar. E todo dia a reverenciava ao levantar e antes de deitar. Quem o visitava, não entendia. Mas também não perguntava. Porque ele, de fato, se transformou num ser iluminado, equilibrado, emocionante, emocional. Graças a uma foto de arquivo. Nela, os Três Patetas têm atrás uma várias placas indicando diferentes direções para chegar à Tunis. Eles, à frente, ao lado de uma palmeira cercada de deserto por todos os lados, apontam também em várias direções, com os braços e os respectivos indicadores apontados. E estão ali. Parados. Mas indo. Para sempre.