por Rogério Distéfano, no blog O Insulto Diário (http://www.oinsultodiario.com/)
LAVRO VEEMENTE protesto contra ‘O Doutrinador’, o súper-herói brasileiro dos quadrinhos, agora no cinema e posteriormente em minissérie da televisão. Ele é policial federal nas horas vagas e combatente solitário do crime durante a noite. Fantasiado como o Demolidor do cinema norte-americano, de novo o Brasil fazendo pastiche. Não bastasse a imitação da fantasia, meteram-lhe óculos de mergulhador e máscara anti-gases.
Pra quê? Fazer raios-x no bolso dos deputados que levam propina? Por que os corruptos fedem, soltam pum no flagrante? Tudo errado, até o lance de o cara trabalhar de noite como Doutrinador. Acaso corrupto rouba de noite? E Doutrinador, doutrina o quê, alguém doutrina alguma coisa no Brasil? Quem faz isso são os bispos evangélicos. O Doutrinador irá doutrinar os crentes trazendo-os de volta ao dízimo católico?
Tudo isso passaria batido diante de minha indignação não fosse a cena em que a PF, induzida pelo Doutrinador, prende um político corrupto. Com pompa e circunstância, cercado pelos ninjas federais, o corrupto, terno e gravata, sem algemas nas mãos, cintura e pés, é levado para a delegacia. Publico a foto da cena, retrato da minha indignação: o personagem corrupto é feito por Eduardo Moscovis. Olhem com atenção.
Moscovis, tem anos inteirados que insisto, foi separado na maternidade do irmão gêmeo, Carlos Alberto Richa, o governador do Paraná. Tenho para comigo que na seleção do elenco apitou um assecla de Roberto Requião, nêmesis de Richa. Como o golpe do Ferreirinha não pega mais, Requião meteu no cinema a imagem subliminar de um sósia corrupto de Beto Richa. Para sugerir que Beto é corrupto. Assim, não, Requião! Tem que ter ferplei.
Outro detalhe: os agentes da Polícia Federal usam camisetas pretas…