17:18Doutor Rosinha: “Não é caso de polícia, mas da falta de política”

O PT do Paraná informa:

O presidente do PT-PR ainda criticou Rafael Greca pelo total abandono do governo municipal: “Está na hora dele sair da sombra do Giovani Geonédis e assumir de fato a Prefeitura de Curitiba”.

Depois de acompanhar desde o início da manhã as negociações dos sindicatos de servidores públicos em greve na Câmara Municipal de Curitiba, para discutir a retirada de pauta do Pacotaço do Prefeito Rafael Greca, que prejudica diretamente o funcionalismo e o atendimento à população, o presidente do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores do Paraná (PT-PR), Doutor Rosinha, criticou a insensibilidade e truculência na repressão aos trabalhadores.

Rosinha ainda criticou Rafael Greca pelo total abandono do governo municipal e descaso com o povo de Curitiba e os serviços públicos: “Está na hora dele sair da sombra do Giovani Geonédis e assumir de fato a Prefeitura”, disse. Para o presidente do PT-PR, a arrogância do governo e a dificuldade de dialogar com os servidores são as causas do problema. “Não é caso de polícia, mas da falta de política”, afirmou Rosinha.

Insensibilidade e truculência

Desde às 22h de ontem (19), a Polícia Militar (PM), à serviço do Legislativo, cercou todo o prédio da Câmara Municipal de Curitiba e bloqueou os acessos dos servidores que queriam acompanhar a sessão de votação esta manhã do “Pacotaço do Greca”. Entre as medidas que a Prefeitura e a base governista na casa quiseram aprovar na marra estavam a que visa mexer na aposentadoria do funcionalismo público municipal, outra para adiar a data-base de 31 de março para 31 de outubro e ainda aquela que congela as carreiras dos servidores.

 

Mal começou e a sessão foi suspensa para acordo de líderes. Impedidos de entrar no prédio para acompanhar, cerca de 30 servidores invadiram o plenário. A PM reprimiu o protesto com spray de gás de pimenta e cacetetes. O contingente de policiais nessa operação não foi divulgado oficialmente, mas estima-se que perto de 800 militares estivessem distribuídos no interior da Câmara e no cerco do lado de fora. Grande parte deles, do interior do estado, o que podia ser percebido na própria identificação dos veículos maiores de transporte e nas viaturas estacionadas no pátio da Câmara Municipal.

 

Para o Dr. Rosinha, a Prefeitura e alguns vereadores da base governista demonstram não ter nenhum compromisso com as questões social e humana, uma vez que o Pacotaço afeta a dignidade das pessoas e expõe os funcionários públicos à condição de vítimas do braço armado, d o forte aparato policial. “A insensibilidade do comando da PM é uma coisa absurda. Muitos policiais ali dentro estavam constrangidos com essa situação, por serem eles também familiares de servidores municipais, por terem seus filhos em escolas do Município, por serem atendidos e dependentes do serviço público municipal”, acrescentou.

 

Em um dos vídeos divulgados em rede social durante os momentos de maior tensionamento, uma professora desabafa: “Um monte de policial aqui pra espancar a professor, pra jogar spray de pimenta e pra bater em servidor? Eu não roubei, eu não matei, eu fiz concurso. Todo mundo aqui fez concurso e vocês estão tirando os nossos direitos”. A vereadora do PT, Professora Josete, também manifestou repúdio à truculência para aprovação na marra das medidas. “Hoje é o dia mais triste como vereadora. Nunca vi a Câmara cercada por policiais desse jeito. Esta é a gestão mais antidemocrática da história”, afirmou.

 

Às milhares de servidoras e servidores que protestavam, ela demonstrou gratidão: “Vocês estão aqui reagindo, estão aqui na luta e isso me dá energia para continuar lutando lá dentro por vocês”. Quando anunciou que a sessão havia sido suspensa, a vereadora Professora Josete acrescentou: “A sessão foi suspensa, mas o que queríamos [oposição] é que ela fosse cancelada. Se o prefeito tiver bom senso, ele retira o projeto em vez de ficar debochando dos servidores nas redes sociais”, criticou.

 

O exterminador do futuro

Doutor Rosinha defende que a oposição na Câmara solicite urgentemente uma audiência com o prefeito Rafael Greca a fim de impedir a destruição do futuro dos servidores público e também da qualidade do atendimento prestado na cidade. “Mexer na progressão funcional e na aposentadoria, o prefeito está destruindo a perspectiva de futuro do servidor e do próprio serviço público”, disse Rosinha.

 

O presidente do PT-PR, que é médico de carreira da rede pública municipal, disse já ter presenciado recentemente em unidades de saúde de Curitiba relatos de servidores que sofreram agressões de usuários por causa dos problemas de gestão e também pessoas dormindo em corredores à espera de atendimento.

Segundo notícias do site do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc), no início da tarde a votação foi suspensa, mas o líder do governo na Casa, vereador Pier Petruzziello (PTB) disse que a votação havia sido suspensa por tempo indeterminado e não será votada até segunda-feira, mas que ela também não será retirada da agenda da casa.

Diz ainda o site do Sismuc: “A desconfiança dos servidores segue forte e por isso a mobilização não deve parar até que os projetos sejam devolvidos ao Executivo”.  Um mandado de reintegração de posse do Legislativo Municipal foi emitido pela 5ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, estabelecendo multa diária de 100 mil reais em caso de descumprimento. O Sismuc informa, ainda, que a Juíza Patrícia de Almeida Gomes, autora do despacho, atendeu a um pedido do Presidente da Câmara, Serginho do Posto (PSDB).

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Uma ideia sobre “Doutor Rosinha: “Não é caso de polícia, mas da falta de política”

  1. Déo

    Peçam para o Rosinha apresentar a ficha funcional e de presença nos postos de saúde quando ele, onde ele, pediatra, deveria trabalhar como funcionário público municipal. Talvez ela, por si só, explique.

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