6:14De tudo que se vive

de Ticiana Vasconcelos Silva

E os sons se calam quando eu, distraída em minha sala, ignoro a realidade que neles habita.

O presente ausente e cada vez mais distante

À espera de uma notícia que nunca traga a minha doce redenção

Quisera eu me desvencilhar de tudo que não revela a verdade

Já que ela está por trás de tudo o que se vive

Seria possível, então, existir sem coexistir com outras coisas?

Ou seria loucura viver a solitude sem dar as mãos aos irmãos que mais precisam?

A lágrima que escorre, corre solta, beatifica e se dissipa em milímetros, não santifica a minha confissão

Apenas torna pura a minha intenção

De ser livre

Se já puseste o teu olhar sobre esta minha confissão e não pôde se orgulhar de ser aquele que saberia me dizer onde meus erros se tornaram inócuos

Ou o que me seduziria com as chaves que apaziguam os tormentos de tantas lástimas

Então não serás mais casto em sua tentação de me fazer cúmplice de seus arrependimentos hostis

Pois é quando me sinto mais vazia de dor que quebro as correntes deste amor insano que nos uniu

E mais me encanto, como um santo, com o que não se pode corromper quando se tem o mais sutil desvio

De ser fiel a um amor que nunca se viu

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