De Carneiro Neto, em sua coluna na Gazeta do Povo, sobre a realização do jogo entre Atlético Paranaense e Paraná Clube no Ecoestádio – e não no Couto Pereira:
… Nos últimos tempos a civilidade, esportividade e bom senso do futebol local foram atirados no lixo. Antigamente havia rivalidade, mas predominava o respeito e a divisão nos estádios em dias de clássicos, feita de forma a respeitar o público com as torcidas separadas apenas por uma cordinha.
Irradiei durante 40 anos inúmeros Atletibas decisivos no Alto da Glória, com os torcedores divididos na arquibancada e convivendo pacificamente nas cadeiras, com pouquíssimos incidentes e muito menos desrespeito aos profissionais de imprensa, que trabalhavam nas cabines localizadas perto do público. E como o estádio do Coritiba era o maior e melhor, o Atlético lá realizava as suas principais partidas, até se transferir para o Pinheirão.
Os nossos times possuem grande potencial de crescimento, contam com torcidas apaixonadas, porém elas são desinformadas pelos dirigentes que as manipulam com jogos de palavras e ações de marketing.
Há exatos 30 anos, o Atlético sagrou-se campeão paranaense no Alto da Glória ao golear o Colorado por 4 a 1 e, sábado, tristemente, Atlético e Paraná terão de enfrentar-se no pequenino estádio do J. Malucelli como sinal dos maus novos tempos de um futebol que insiste em não evoluir.
O “Ecoestádio” não é eco e nem estádio, nem poderia sê-lo ao lado da rodovia. É um local para se jogar a suburbana, para o glorioso Combate Barreirinha e tantos outros, enquanto o templo do futebol não for construído, vamos calçar as sandálias da humildade e torcer naquele local, com muito entusiasmo e empolgação !