10:08Ao ordenar que Lula compareça a 87 audiências, Moro tem atitude rasteira

por Janio de Freitas

A exigência de mais acusações a Lula, como condição para reconhecer ao ex-presidente da OAS o direito à delação premiada, de uma parte indica que à Lava Jato continuam faltando provas de muitas ilegalidades que atribuiu (e difundiu) ao seu principal alvo; de outra, reacende o problema do facciosismo com que procuradores deturpam a função constitucional do Ministério Público. A Lava Jato quer, além de novidades acusatórias, saciar a sua obsessão com o mal afamado apartamento no Guarujá, que Leo Pinheiro diz ser da OAS, não se efetivando a compra que Marisa iniciou e Lula rejeitou.

Apesar da intimidação a Leo Pinheiro, a expectativa da Lava Jato está mais no grupo de funcionários e ex-dirigentes que o acompanhariam na delação. É a continuada prioridade às delações, em detrimento de investigações. Só o atual estágio de “negociação” com Leo Pinheiro e a OAS já consumiu quatro meses. Nem parece que a Polícia Federal recolheu numeroso material na empreiteira e na cooperativa financiadora do apartamento, para base documental de investigações e eventuais provas.

Por essas e muitas outras no gênero, tem sentido a preocupação no Judiciário com a probabilidade de muitas prescrições.

Assim como têm razão os ministros do Supremo que negam a responsabilidade do tribunal na lentidão judicial desse caso. O ritmo de valsa está no Ministério Público, tanto na Lava Jato como na Procuradoria Geral da República.

Estava com endereço errado, por exemplo, a pressa cobrada do ministro Edson Fachin para examinar, decidir caso a caso e liberar o pacotaço proveniente de delações da Odebrecht.

O acúmulo desse material na Lava Jato, em vez da remessa ao Supremo em lotes sucessivos, resultou em atraso nas duas pontas. A Lava Jato acumulou para ser retumbante na entrega. É a prioridade ao escândalo.

O retorno da Lava Jato à fase em que tinha controle sobre seus rumos, sem envolver o PSDB e o PMDB como a Odebrecht obrigou, não se deu só em procuradores e policiais.

O juiz Sergio Moro ofereceu mais uma demonstração de como concebe o seu poder e o próprio Judiciário. Palavras suas, na exigência escrita de que Lula compareça às audiências das 87 testemunhas propostas por sua defesa:

“Já que este julgador terá que ouvir 87 testemunhas da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva (…), fica consignado que será exigida a presença do acusado Luiz Inácio Lula da Silva nas audiências na quais serão ouvidas as testemunhas arroladas por sua defesa, a fim de prevenir a insistência na oitiva de testemunhas irrelevantes, impertinentes ou que poderiam ser substituídas, sem prejuízo, por provas emprestadas”. É a vindita explicitada.

Um ato estritamente pessoal. De raiva, de prepotência. É uma atitude miúda, rasteira. Incompatível com a missão de juiz. De um “julgador”, como Moro se define.

O Judiciário não é lugar para mesquinhez.

É URGENTE

A decisão de Nicolás Maduro de elevar a meio milhão os milicianos armados com fuzil na Venezuela é a pior de suas ideias ruins.

Sugere que Maduro prevê a decisão da discórdia venezuelana por meio das armas. Caso não o seja, nem por isso o mal do armamentismo se extinguirá: vai prolongar-se na criminalidade típica de uma população armada e, em grande parte, indesarmável. Ainda por motivos mais econômicos, os venezuelanos fogem em massa. Seu número cresce. O Brasil está atrasado, como se indiferente, nas providências para essa emergência social.

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11 ideias sobre “Ao ordenar que Lula compareça a 87 audiências, Moro tem atitude rasteira

  1. zangado

    Data vênia, o jornalista parece que ainda não se convenceu de o juiz Moro está lidando com um contumaz mentiroso e já notório criminoso lesa-pátria, cujo o sindicato do crime, por ele liderado e/ou monitorado distribuiu, através da Odebrecht e outras empresas, cerca de 10,5 bilhões em propinas? Aliás, quem paga, pagou e ainda está pagando as contas desse pulha ? Eis algo que precisa ser investigado.

  2. TOLEDO

    As atitudes desse herói dos Curitibocas são sempre rasteiras. Procurem no youtube um vídeo onde os manés da PF , por erro ou de propósito fizeram um Capoteiro ( pessoa que faz capotas de veículos) sentar para depor. O Moro, e os Procuradores viram que tratava-se de um homônimo, mas mesmo assim o mais humilde do Moro não teve a dignidade de se desculpar em nome da Justiça Brasileira com o erro que cometeram. Ficou no alto da sua arrogância dizendo que não tinha mais perguntas e o dispensou. Esse é o herói dos Curitibocas que tem um Personal Circo de Puxa Sacos, montado na Praça Publica na frente do seu Palácio na Av. Anita Garibaldi.
    ( no youtube procurem Moro e o Capoteiro.

  3. carlos eduardo

    Raiva, prepotência ? Este Jânio de Freitas é mais um alienado.
    O Juiz Sérgio Moro está lidando com bandidos, entendeu ? BANDIDOS, ASSASSINOS.
    Através da corrupção sistêmica que foi instalada neste País, não temos escola, segurança,saúde.
    Está com pena do Lula ? Abra uma sociedade com ele. Não dou 1 mês para vocês estarem falidos, e você na cadeia por fraude do seu sócio.

  4. roskalnikov

    Esse janio é um petista de primeira……pena que o juiz Moro vai perder nessa porque o recurso do estadista de galinheiro vai prosperar e o vigarista mor da nação bananeira não vai precisar estar nas audiências das 87 testemunhas que ele arrolou só pra infernizar o juiz Moro e retardar a marcha do processo.

  5. ROQUE LÁZARO OLIVIÉRI

    Ué, arrolar 87 testemunhas não é também uma rasteira no Judiciário ??
    Se a legislação penal não permite este procedimento do juiz, então deverá ser muito fácil derrubar a determinação na Instância Superior. Ou não?

  6. Célio Heitor Guimarães

    J. de Freitas já foi um dos grandes jornalistas deste país, que merecia a admiração de todos nós, leitores e/ou estreantes na profissão. De repente, envelheceu, talvez tenha adoecido, e hoje se alinha entre as viúvas do sr. Lula da Silva – ou, como diria o nosso Rogério Distéfano, virou devoto da “lulologia”. Então a exigência do comparecimento do referido meliante à oitiva de suas testemunhas foi uma “atitude rasteira”? E o arrolamento de 87 testemunhas de defesa, o que foi? Ademais, está na hora do sr. da Silva começar a se ambientar com o clima de Curitiba. A menos que prefira o de Caracas…

  7. TOLEDO

    Não tem como não achar graça dos Coxinhas curibocas. Elegeram o Piá de Prédio no primeiro turno, e agora negam isso e elegem o Piá de Miranga um herói. ZB indica um Psiquiatra para esses curibocas. Deve ser a fase anal e só Freud explica esse tenesmo pelo Moro. Silvestre ajude os Curibocas.

  8. Jorge Hardt Filho

    após ler os comentários anteriores, creio adequada uma posição: Jânio de Freitas acanalhaou-se há muito tempo. Possivelmente deixou de receber ” as ajudas” que o governo petista destinava à mídia amiga.

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