8:08Acordo rápido

Celso Nascimento, colunista do jornal Gazeta do Povo, escreve hoje que Rafael Greca fez acordo rapidinho com a turma do transporte coletivo e da informática (ICI), pacificando dois setores que o antecessor, Gustavo Fruet, tentou peitar, mas não conseguiu. Tanto num caso como no outro a conta foi e será paga pelo povo curitibano, mas mostra também o poder dos donos dos setores, que não são polêmicos, como diz o título da pancada, mas endêmicos. Confira o texto:

 

Greca em lua de mel com dois setores polêmicos de Curitiba

Dois dos mais polêmicos setores que influem diretamente na vida dos curitibanos voltam a viver clima de lua de mel com a prefeitura. Para o transporte coletivo, o prefeito Rafael Greca prometeu elevar o preço da passagem a partir de fevereiro – mês contratual da data-base de motoristas e cobradores e de definição da nova tarifa técnica – de modo a permitir que as empresas renovem a frota e lhes devolva saúde financeira. O cartel aplaude e agradece.

Na área de informática, dominada pelas empresas que compõem o ICI (Instituto Curitiba de Informática) sob a forma de organização social, parece que a tranquilidade também voltou. A boa vontade ficou expressa na rapidez com que o ICI montou uma “sala de situação” no gabinete de Greca. Dados que se renovam a cada três segundos darão ao prefeito condição para acompanhar tudo o que acontece na cidade – velocidade compatível com a agilidade que Rafael exige. Sem contar que o ICI, que detém e controla todos os dados da administração, passou a servir de fonte para abastecer o pote de críticas de Rafael ao antecessor Gustavo Fruet.

Durante quatro anos, os dois setores viveram às turras com Fruet, que foi à Justiça, ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público com pilhas de denúncias contra eles. Alegava que ambos espoliavam o bolso popular e as finanças municipais.

Conseguiu pouco. No transporte coletivo, é certo que evitou a explosão do preço da passagem ao expurgar da planilha itens que elevavam a tarifa e exigiam os subsídios negados pelo governo estadual. Resultado: o transporte metropolitano foi desintegrado (nos municípios vizinhos a passagem ficou bem mais cara) e as empresas conseguiram no judiciário se desobrigar de renovar a frota.

Em relação à informática, Fruet tentou livrar o município da condição de refém do ICI. O prefeito anterior, Luciano Ducci, tinha doado ao ICI os códigos-fonte de todos os sistemas. Em decisão liminar, a Justiça reverteu a benesse e mandou o ICI devolver os códigos. Além disso, questionou valores indevidos que o ICI cobrava e economizou perto de R$ 60 milhões.

Agora, com Greca, em três segundos tudo pode mudar.

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