7:23A Justiça e Carli Filho

Começa hoje o julgamento do ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho, depois de quase nove anos da data em que ele se envolveu no acidente que matou os jovens Gilmar Rafael Souza Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20 anos. Reportagem da revista Época publicada nesta semana reconstitui o ocorrido e o que aconteceu depois. Confiram:

Após nove anos, vai a júri popular caso de deputado do Paraná que matou jovens ao dirigir alcoolizado

Após nove anos de protelação, manobras judiciais e provas desaparecidas, vai a júri o escandaloso caso do ex-deputado estadual do Paraná que matou dois jovens quando dirigia alcoolizado a 170 quilômetros por hora

JUSSARA SOARES| DE CURITIBA
PERDA TOTAL O Honda Fit que levava dois jovens foi reduzido a sucata após o choque com o Passat dirigido pelo deputado estadual alcoolizado (Foto: Átila Alberti/Gazeta Do Povo)

Eram cerca de 20 horas do dia 6 de maio de 2009, quando o então deputado estadual Luiz Fernando Carli Filho, de 26 anos, eleito pelo PSB do Paraná, chegou ao Edvino Wine Bar, no bairro do Batel, em Curitiba, onde jantaria com três primos e o tio – o também parlamentar Plauto Miró, do DEM. Bonito, rico, de família tradicional de políticos no estado, ele colhia os louros de seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa, onde havia pouco tempo apresentara um projeto para dar desconto no IPVA a motoristas exemplares, que não tivessem multas ou infrações na carteira. A turma pediu nhoque, risoto e filé-mignon ao funghi e um vinho chileno. Conversaram, riram e decidiram ir para casa cedo.

>> Editorial: Uns mais iguais que outros

Na saída do restaurante, Carli Filho encontrou o médico Eduardo Missel Silva, seu cardiologista. Resolveram esticar a noite. Às 21h41, os amigos reabriram a conta, conforme consta nos autos do processo que tramitou na Segunda Vara Privativa do Tribunal do Júri do Estado do Paraná. Ao longo de três horas de conversa, entornaram outras três garrafas de vinho. Chegaram a pedir uma quarta, que ficou abandonada pela metade em um decantador. Por volta da meia-noite, a conta chegou – cerca de R$ 700 – e Carli Filho levantou-se da mesa segurando duas taças de vinho junto ao peito como se fosse um bem precioso do qual ele não podia abrir mão. Na porta do restaurante, ele tropeçou no tapete vermelho e foi amparado por duas pessoas.

Quando alcançava o estacionamento, Carli Filho foi interpelado por dois funcionários do restaurante que lhe pediram os copos de volta. Ele balbuciou impropérios até ser contido pelo amigo, que, polidamente, pediu para o manobrista guardar o carro do deputado, que estava sem condições de dirigir. Missel e Carli Filho entraram em outro veículo. Ele seria guiado por Daniela Daretti, que havia se juntado à dupla durante o jantar e havia bebido apenas uma taça de vinho tinto. Foi quando, num ímpeto, depois de já ter se aboletado no banco traseiro, Carli Filho abriu a porta e disse que iria embora por conta própria. Na hora em que tentou sair do carro, caiu de quatro no chão, em posição de cachorro. Um segurança tentou ampará-lo, mas foi empurrado. Entrelaçando as pernas, Carli Filho pegou a chave de seu Passat preto, ligou a ignição e partiu cantando os pneus. De acordo com depoimentos na Justiça, o segurança comentou com o manobrista: “É por isso que acidentes acontecem. O pessoal bebe e sai dirigindo.”

O CARONA  Carlos Murilo de Almeida. Sua coluna partiu-se ao meio depois do impacto com o veículo em altíssima velocidade  (Foto: Reprodução)

Naquela mesma noite, por volta das 20 horas, a menos de 2 quilômetros do restaurante, o estudante de jornalismo Gilmar Rafael Souza Yared, de 26 anos, chegava à Primeira Igreja Batista, também localizada no Batel. Criado em família evangélica, estava retomando a prática religiosa, ainda que gostasse de baladas e agitos com amigos. Havia pedido ao colega Antonio Amaral para acompanhá-lo ao culto. Na igreja, Yared, segundo contou o amigo, emocionou-se com a pregação do pastor. “Ele estava muito feliz. Mudaria para a Austrália, onde faria intercâmbio”, resumiu Amaral.

Por volta das 22 horas, ambos seguiram para uma lanchonete, onde tomaram suco e comeram hambúrguer. Dali a pouco, Yared se encontraria com Carlos Murilo de Almeida, de 20 anos, no Park Shopping Barigui, onde ele trabalhava como gerente do cinema. Colegas na faculdade de jornalismo da Universidade Tuiuti, Almeida avisara à mãe, a auxiliar de limpeza Vera de Almeida, que não voltaria para sua casa, em Campo Largo, cidade da região metropolitana de Curitiba. Informara que sairia com Yared e só voltaria no dia seguinte. À meia-noite, Almeida entrou no Honda Fit do amigo e saíram. Percorreram cerca de 900 metros. No segundo cruzamento, o sinal estava piscando de maneira intermitente, o que exigia que os motoristas redobrassem a atenção. Segundo consta nos autos, uma testemunha viu Yared reduzir a velocidade e lentamente fazer a conversão à esquerda para a via expressa. A velocidade permitida era de 60 quilômetros por hora.

Foi quando um Passat preto, a 170 quilômetros por hora – como atestam os laudos periciais –, quase catapultado por um ligeiro aclive da pista, decolou do solo atingindo o Honda Fit como um bloco de chumbo que tivesse caído do céu. O impacto causou a destruição total do automóvel. Yared e Almeida morreram na hora. Segundo peritos, sem ter sequer percebido o que acontecera. Pedaços dos corpos dos dois jovens se espalharam pela avenida. A cabeça de Yared foi encontrada a 30 metros de distância do carro. O corpo de Almeida, sentado no banco do carona, foi partido ao meio.

Dentro do Passat totalmente destruído, Carli Filho, com o rosto coberto de sangue, estava consciente. Quando os bombeiros chegaram – meia hora depois do desastre –, ele disse se chamar Fernando, seu segundo prenome. Os socorristas perceberam o hálito etílico do então deputado. Com fraturas na face, ele foi levado para o Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, onde foi atendido pela médica Virgínia Helena de Souza, então chefe da UTI. Anos depois, ela ganharia as manchetes da imprensa ao ser acusada de apressar a morte de pacientes no hospital – acusação da qual foi absolvida recentemente. Três dias depois, após a primeira de muitas operações, Carli Filho foi transferido de jatinho para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Passados nove anos, o julgamento de Carli Filho foi marcado para os dias 27 e 28 de fevereiro. Ele renunciou ao mandato, sofreu dezenas de cirurgias, respondeu a um longo processo judicial, mas jamais sofreu qualquer consequência de seu crime. O caso entrou para os anais da Justiça como um exemplo da protelação por meio de recursos jurídicos e da capacidade de pessoas influentes de buscar e pagar pela impunidade. “O caso tramitou rápido na Justiça do Paraná. Toda demora se deu nos tribunais superiores em Brasília”, disse a ÉPOCA o advogado da família Yared, Elias Mattar Assad. “Existe o direito de recorrer e o abuso do direito de recorrer”.

Carli Filho vai a júri popular acusado de homicídio com dolo eventual. Os promotores entenderam que, ao beber e dirigir em alta velocidade, ele assumiu o risco de matar. Se condenado, pode pegar até 20 anos de prisão. Acabaram em poucas horas as 200 senhas distribuídas para os interessados em assistir ao julgamento na Segunda Vara do Tribunal do Júri, no Centro Cívico de Curitiba. Camisetas, faixas e adereços de protesto foram proibidos pela Justiça.

O MOTORISTA  Gilmar Rafael Yared. Sua cabeça foi decepada e atirada a 30 metros de distância, após seu carro ser atingido em cruzamento no Batel, em Curitiba  (Foto: Reprodução)

Entre 2003 e 2009, Carli Filho havia sido multado 30 vezes e acumulado 130 pontos no prontuário de sua carteira de habilitação. Do total de penalidades, 23 eram por excesso de velocidade. Na época do acidente, ele estava com a licença para dirigir suspensa. Trinta e quatro recursos a tribunais superiores mantiveram-no impune durante nove anos desde o acidente. Manobras diversas da defesa na primeira instância prolongaram a espera das famílias pelo julgamento.

A defesa conseguiu que o exame de sangue que indicou que Carli Filho tinha 7,8 decigramas de álcool por litro de sangue fosse descartado dos autos. O argumento vencedor dizia que o parlamentar não estava consciente no momento da coleta do material. A quantidade de álcool era cerca de quatro vezes maior que o limite permitido à época do acidente, de 2 decigramas. Atualmente, a tolerância é zero.

Os advogados que defendem o agora ex-parlamentar atribuíram a culpa do acidente às vítimas. Segundo a tese deles, o choque não foi causado por uma imprudência de Carli Filho, mas sim porque o Honda Fit dirigido por Gilmar Rafael não teria respeitado a via preferencial.

A estratégia da defesa, comandada pelo advogado René Dotti, tentou evitar que Carli Filho fosse submetido a júri popular por dolo eventual, ou seja, pelo fato de ter assumido o risco de matar ao dirigir em alta velocidade e alcoolizado. O objetivo era conseguir a desclassificação do crime para homicídio culposo – quando não há a intenção deliberada. Desse modo, Carli Filho estaria sujeito a pena entre 2 e 4 anos de prisão.

Se tal tese emplacasse, o ex-deputado nunca chegaria a cumprir pena em regime fechado. Poderia converter uma eventual condenação em prestação de serviço. No caso de homicídio culposo, passados nove anos do crime, mesmo que ele fosse condenado, não cumpriria pena, pois o crime estaria prescrito.

O júri de Carli Filho foi marcado pela primeira vez para 21 e 22 de janeiro de 2016, dois anos atrás. A defesa obteve liminar para suspender o julgamento até que todos os outros recursos fossem apreciados, em decisão do ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal na ocasião. Lewandowski afirmou que era preciso que o STJ decidisse primeiro sobre o recurso da defesa de Carli Filho – que pleiteava a desclassificação do crime de homicídio com dolo eventual para homicídio culposo. Graças a essa decisão, o caso ficou parado por dois anos.

Em novembro de 2017, o ministro Gilmar Mendes extinguiu o último habeas corpus impetrado pela defesa do ex-deputado e derrubou a liminar que impedia que ele fosse levado ao tribunal do júri. A defesa de Carli Filho ainda não desistiu. Apresentou recurso no qual alega “parcialidade” dos jurados e “comoção social” e, portanto, pede que o júri seja transferido a outra cidade, algo que adiaria o julgamento novamente. O recurso foi negado pelo Tribunal de Justiça do Paraná e, em seguida, pelo ministro Sebastião Reis, no Superior Tribunal de Justiça. A defesa voltou ao STF. Na sexta-feira, dia 23, o ministro Gilmar Mendes indeferiu o recurso novamente.

O caso Carli Filho se tornou peculiar por estranhos movimentos processuais, além da protelação por meio de recursos. Os radares de Curitiba não detectaram a passagem do Passat, sem que houvesse explicações para tal. Walter Kauffmann, especialista em engenharia de tráfego legal, contratado pela família de Gilmar Rafael Yared, atestou que foram adulteradas imagens da câmera de segurança do posto de gasolina que fica na esquina onde ocorreu o acidente.

Kauffmann afirmou que pelo menos quatro quadros das imagens produzidas pela câmera de segurança foram substituídos grosseiramente. A desconfiança de que havia algo errado surgiu no momento em que o vídeo foi entregue. De acordo com o perito, o responsável pela adulteração seria “amador” e deixou para trás o rastro de que a imagem havia sido mexida em um equipamento diferente da câmera original. “As imagens foram adulteradas para ocultar a passagem do Passat, em altíssima velocidade, ou mesmo para tirar das imagens um segundo veículo. Dentro das características técnicas, não posso afirmar o que esconderam, mas é uma situação estranha”, disse Kauffmann.

Para calcular a velocidade em que Carli Filho dirigia – inacreditáveis 170 quilômetros por hora –, o perito se baseou, além do vídeo, na altura que o veículo atingiu ao decolar do chão e na deformação e projeção dos carros após o choque.

O advogado Elias Mattar Assad, que representa a família Yared, pretende levantar nova hipótese perante o júri. A duas semanas do julgamento, em seu escritório em Curitiba, Assad tomou dez livros de Direito de sua mesa e os espalhou pelo chão para reproduzir o cruzamento onde se deu o acidente. Pegou um último livro para marcar o ponto mais alto da via expressa. Apontou o caminho que o Honda Fit de Yared teria feito ao realizar a conversão. Lançou a suspeita de que o ex-deputado pode ter jogado o carro para a esquerda para pegar impulso e então saltar de forma proposital, e não acidental. “A grande questão é saber por onde Carli Filho passou e onde ele ia com tanta pressa”, disse o promotor Marcelo Balzer Correia, que atuará no júri. Ele apontou uma contradição temporal: “Os meninos morreram em dois segundos. E o caso aguarda um desfecho há nove anos”.

Após o acidente, a mãe de Gilmar Rafael Yared fundou o Instituto Paz no Trânsito e encampou uma cruzada contra as mortes no trânsito. A visibilidade levou Christiane Yared, de 58 anos, à política. Em 2014, foi eleita deputada federal. Com mais de 200 mil votos, foi a mais votada pelo Paraná. Interpretou a votação expressiva como resultado do “júri popular das urnas”. Filha de um desembargador, dona de uma confeitaria conceituada em Curitiba e pastora evangélica, Christiane Yared, ao lado do marido, Gilmar, liderou manifestações e cobrou em sucessivas entrevistas e discursos justiça para a morte do filho.

DOR Vera de Almeida, mãe de Carlos Murilo, decidiu aguardar a Justiça em silêncio (Foto: Foto: Joel Rocha)

A auxiliar de limpeza Vera de Almeida, de 56 anos, mãe de Carlos Murilo, chegou a ir a alguns atos de Christiane. Voltava para casa com o sentimento de que o rombo no peito era ainda maior. Decidiu aguardar a Justiça em silêncio. A cada 15 dias, Vera vai ao túmulo do filho no cemitério de Campo Largo, na tentativa de driblar a saudade de seu caçula. “Todo mundo me dizia que o acidente viraria papel, daria em nada. Mas filho da gente não é folha que cai da árvore, apodrece e acabou. Só peço a Deus uma resposta para tudo o que aconteceu.”

O advogado Maurício Januzzi, responsável pela Comissão de Trânsito da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo, aponta o caso Carli Filho como emblemático. “Toda a demora que existe em casos envolvendo pessoas influentes tem um único objetivo: evitar a prisão.” Januzzi ajudou na redação da lei que aumentou para até oito anos de prisão a punição para motorista alcoolizado que causar morte no trânsito. Só 1% dos motoristas alcoolizados que causam morte no trânsito vão para a cadeia no Brasil, afirmou.

Bonito e vaidoso, Carli Filho é herdeiro de umas das famílias mais poderosas de Guarapuava, cidade de 180 mil habitantes a 260 quilômetros de Curitiba. Seu pai, Luiz Fernando Ribas Carli, foi prefeito durante três gestões, além de deputado federal e estadual. Do lado da mãe, é neto de Plauto Miró Guimarães, prefeito de Ponta Grossa e secretário de Estado de Interior e Justiça na década de 1960. O bisavô, Flávio Carvalho Guimarães, foi senador e deputado federal. O deputado Plauto Miró Guimarães Filho (DEM), deputado estadual em sexto mandato na Assembleia Legislativa do Paraná, é tio materno de Carli Filho.

O patrimônio da família Carli em Guarapuava inclui uma madeireira, emissoras de rádio, uma empresa de transporte de combustível, um laboratório clínico e empreendimentos imobiliários. Como é comum entre os filhos das famílias abonadas do interior paranaense, Carli Filho foi morar em Curitiba para cursar o ensino médio e se preparar para a faculdade.

Filho mais velho entre dois irmãos, aos 23 anos ele foi lançado na política e obteve com facilidade uma vaga de deputado estadual. Em 2006, foi eleito com 46.686 votos, dos quais 37.386 vieram de sua cidade natal, onde o pai cumpria o terceiro mandato como prefeito. Passava despercebido na Assembleia Legislativa. Quase não usava a tribuna, nem participava de comissões. Por ironia, um dos poucos projetos que apresentou visava incentivar o aumento da segurança no trânsito, concedendo descontos no IPVA para motoristas considerados exemplares.

“Ele nunca teve uma grande atuação. Foi eleito graças à base eleitoral da família. É quase uma herança, uma capitania hereditária”, disse o deputado estadual Tadeu Veneri (PT), que na época do acidente exigiu que a Assembleia Legislativa cassasse o mandato de Carli Filho para que ele perdesse o foro privilegiado. “Não temos de fazer autoproteção. Ele estava bêbado, em alta velocidade, infringiu leis e precisava ser julgado como qualquer cidadão.”

Carli Filho renunciou ao mandato em 29 de maio de 2009, 22 dias após o acidente. Ainda estava internado no Hospital Einstein, em São Paulo, quando assinou documento abrindo mão do cargo. Nunca mais voltou a exercer atividades políticas. Seu irmão, Bernardo Carli, disputou uma vaga na Assembleia no Paraná em 2010. Assumiu como suplente no ano seguinte.

Depois das mortes, Carli Filho deixou o Paraná e passou uma temporada em São Paulo. Vivia num apartamento na Rua da Consolação, na região dos Jardins. Foi submetido a diversas cirurgias plásticas para reconstituir a face, em razão da fratura craniana que o acidente lhe deixou. Só uma delas durou 14 horas. Seu rosto é marcado por cicatrizes. Usou a temporada paulistana como refúgio da revolta popular em Curitiba. Lá conheceu a mulher, Fernanda Salgueiro, então estudante de hotelaria, e filha do dono do restaurante Getúlio, reduto dos endinheirados de Cuiabá. Os dois ficaram noivos em 2015. De volta a Guarapuava, ele passou a cuidar das rádios da família, ocupação que mantém até hoje.

Desde o acidente, leva uma vida discreta. Participa pouco de eventos públicos e não se expõe nas redes sociais. Amigos, no entanto, compartilharam imagens em que aparece em viagens a Punta del Este, no Uruguai, e à Toscana, na Itália. Devidamente documentada foi a presença no camarote da Brahma no Carnaval do Rio de Janeiro de 2017. Muitas curtidas recebeu a foto com o amigo Lico Kaesemodel, piloto de automobilismo da Stock Car, na Praia de Caiobá, no Paraná.

ATIVISMO Christiane e o marido, Gilmar, pais de Gilmar Rafael Yared. Ela fundou uma ONG, aderiu à política e foi a deputada federal mais votada no Paraná  (Foto: Joel Rocha)

A reportagem de ÉPOCA procurou Carli Filho, seus parentes e seus advogados nas duas últimas semanas, mas eles se negaram a conceder entrevistas. Em depoimento à Justiça, o ex-deputado disse que não se lembrava de nada após ter saído do restaurante. Ele só se manifestou publicamente uma única vez sobre o acidente. Em maio de 2016, gravou um vídeo em que aparecia lendo um texto em um TelePrompTer, aparelho comum em emissoras de televisão. Ele admitia que errou ao beber e, em seguida, dirigir. Pedia desculpas às famílias das vítimas. “Eu não saí de casa para matar ninguém naquele dia”, disse. Sustentou que tudo não passara de um acidente lamentável.

No final de 2015, Carli Filho cruzou com Christiane Yared num voo de Brasília para Curitiba. Ela, já deputada federal, imaginou que ele poderia se aproximar e, quem sabe, pedir desculpas. Ele abaixou a cabeça e fingiu que não a viu.

 

 

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Uma ideia sobre “A Justiça e Carli Filho

  1. Baberipz

    Como foi o desfecho daquele outro acidente de 2009, onde o filho do Abib Miguel matou quatro pessoas no Batel?

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