7:23A bola e a vida real

O país mudou, de pouco mais de um mês para cá. Para pior. A bola vai rolar no mês que vem – e isso não quer dizer nada, apesar dos momentos de magia, alegria e tristeza que podem acontecer dentro dos gramados no torneio denominado Copa do Mundo. Na vida real, a briga pelo poder na província e no Brasil, continente entorpecido, para que os grupos políticos e parceiros do andar de cima fiquem com as chaves dos cofres públicos depois das eleições de outubro, pelo menos rende, aqui e ali, a revelação de casos de roubalheira explícita, troca de favores, enfim, comportamento escroto de quem acha que o manto do poder encobre e protege tudo. É pouco, mas dentro da nossa história, é muito, porque pelo menos faz cair a máscara adotada por grande parte dos poderosos. O país que engatinha desde 1500 porque quem está por cima faz questão de manter a ninguenzada na ignorância e se contentando com as migalhas jogadas, resiste, porque assim é. Saber juntar o lé com cré em meio a tanta desfaçatez e enganação é algo a se valorizar. Aqui e ali aparecem alguns exemplos de nobreza de caráter, de retidão, ou seja, de pessoas que valorizam o próprio dom e o colocam a serviço da sociedade. São raros, mas existem. É preciso descobri-los para ter esperança em meio a esse caldeirão de coisas ruins – e também para não enlouquecer. Cada um é um país. Para mudar o que está em volta é preciso primeiro se olhar e modificar o que tem de ser modificado. Parece filosofia de botequim ou trecho de algum livro de auto-ajuda. Pode ser. Mas… pense bem…

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