Ela tinha uma luz. Assim é que chamava àquilo que lhe dera a capacidade de olhar de cima. Não para os que estão abaixo. Não estamos falando de complexos. Está-se falando de lucidez, análise, percepção. Um dia ela parou e viu o abismo. Uma armadilha para os mais descuidados. Muitos ficam lá. A vida inteira. Mas o que ela tinha era um olhar cirúrgico que corta qualquer diamante. Muito além da intuição. Muito aquém da razão. Para ela, era como se alguém a tivesse erguido no meio de uma multidão e, lá do alto, ela visse uma joia reluzindo no meio da lama. Ela tinha uma cruz que a protegeu até que ela parasse de inventar criaturas místicas. Ela tinha a águia acima de todos os ventos sutis de uma mentalidade reduzida a pó por seus devaneios. Ela tinha ideiais a cumprir. Mas o que ela não tinha era ideia da força que a fazia permanecer nua no meio de ruínas a esperar os raios solares iluminarem as suas próprias feridas. Ela tinha uma luz. A luz da verdade.
Ticiana, você está em outro plano, muito acima desse nosso rasteiro mundo de obviedades!
Querida Thea,
Eu transito entre dor, sofrimento e algo que me faz continuar, e tento expressar meus sentimentos de uma forma mais bonita, digamos.
Obrigada por vir aqui dizer algo tão bom!
Adoro seus textos! São de uma lucidez necessária para esse mundo escuro!
Um grande abraço