10:07NELSON PADRELLA

DIÁRIO DA PANDEMIA

  • À noite o silêncio é total. Faz-me falta ouvir vozes, mesmo que não possa entender o que falam. Mas, me condenam ao silêncio e isso é intolerável. Bato bumbo na madrugada: “Acordem, vagabundos, eu sei que vocês estão aí”.
  • Teve a noite que eu me matei. Chacoalhava a gaveta dos talheres e gritava: “Para com isso, Isaura. Largue essa faca…Isaura, nãããão…”. Em seguida deixava cair a gaveta, me jogava no chão, gemia um pouco e ficava esperando que viessem me dar o Oscar.
  • O vizinho é militar. Toco o Hino Nacional na alta da madruga. Parece que estou vendo o danadinho pular da cama e batendo continência feito um idiota.
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3 ideias sobre “NELSON PADRELLA

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