Thadeu Wojciechowski Filho morreu nesta tarde cinza e de chuva em Curitiba. Coronavírus. Ele tinha 94 anos. Era um artista, desses quase anônimos, mas dos grandes. Deixou outro, para seguir na arte de se fazer pensar que existe alma, sentimento: o poeta ‘Polaco da Barreirinha’ Antônio Thadeu Wojciechowski. Quem viu este último filme do Tarantino deve ter prestado atenção no close que ele dá no cartaz de um filme pintado à mão. Uma viagem sensorial. O Thadeu era um pintor como o que fez aquele. Do tempo onde existiam os cinemas de rua e saíamos para direto para a realidade das ruas de braços dados com a musa ou com medo de encontrar o Drácula na esquina mal iluminada. Mas antes de o projetor rodar, antes de se comprar o ingresso, tudo começava no cartaz, naquelas pinceladas fortes que retratavam uma cena, ou uma expressão do protagonista. O artista que se foi hoje às vezes produzia até uma obra por dia e, com certeza, ficava feliz com o dever cumprido ao ir pra casa. Quantos cartazes, quantos brilhos nos olhos ao longo dos anos… Merece o descanso em paz.