por JamurJr.

Quem subiu a serra no sábado pela BR-376 levou um susto com o grande movimento de carros indo para o litoral. Nem sempre foi assim, lógico. Na década de 50 a ligação de Guaratuba com Paranaguá e Curitiba era pelas praias. Um ônibus com carroceria de madeira, dirigido por um motorista simpático que atendia pelo apelido de Camarão, deixava o Porto de Passagem pela manhã em direção a Paranaguá. A maior parte da viagem era feita pela praia, até Praia de Leste, de onde seguia numa rodovia revista com sambaqui. Quando a maré estava alta, Camarão parava e esperava baixar para atravessar os pequenos rios que desaguam no mar. Motoristas menos experientes acabavam ficando atolados na areia e muitas vezes perdiam seus veículos. A viagem começava em Guaratuba a bordo de uma canoa, a remo, que atravessava a baía até atracar no Porto de Passagem. Uma aventura, um sufoco que os mais fortes suportavam com tranquilidade. Paranaguá era o grande porto onde guaratubanos faziam compras, visitavam parentes e recebiam atendimento médico. Outros preferiam uma visita a Farmácia do Juquinha, um prático que sabia muito e ajudava todos com grande dedicação.