18:48ZÉ DA SILVA

Dei um bico na tampinha de guaraná, ela sumiu num bueiro, e então me veio: “A existência da essência não só fortalece o vazio – destrói o todo”. Tudo parado no meu mundo – e nada mais. Calor abafado. Daria para cortar o ar, se o clichê, de quem não tem criatividade como eu, escreve e publica. Cortei. A neve e o urso entraram no meu peito. A tampinha saiu do buraco. Era premiada. Ganhei um carnê quitado do Baú da Felicidade. Troquei por uma máquina fotográfica. Tuka, o nome. Toda de plástico, fabricada no Brasil. Tinha um filme dentro. Cliquei um outdoor de propaganda do Conga onde um povo marchava o a sola do tênis ia direto na cabeça de quem passava embaixo do cartaz. Fiz várias fotos só esperando o tempo certo. Alguém foi esmagado. Meu coração disparou e tudo voltou, como numa fita de videotape rebobinada. A tampinha na minha frente. Olhei e passei direto. Destruído estou.

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Uma ideia sobre “ZÉ DA SILVA

  1. SERGIO SILVESTRE

    Eu sai pra comprar um refri,tinha lá meus 7 anos de idade,e ainda nunca tinha tomado uma coca cola ou crush,olhei aquela garrafa bonita,contei as moedas e dava certinho para comprar ,
    Vinha feliz para minha casa pensava em dividir com minha irmã e minha mãe,quando tropeçei e quebrei a garrafa.Em prantos peguei os caco e fui chorando para casa,onde fui confortado pela minha mãe que viu numa propaganda que o Crush tinha tampinha premiada.
    Ela tirou a tampinha do caco de vidro e foi tirando a rolha,e como pobre não tem sorte,ala não era premiada,e passamos o dia de ano novo bebendo água do poço.

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