6:45Guerra intestina

Do Analista dos Planaltos

O governo de Jair Bolsonaro não precisa de oposição. O confronto intestinal que ganhou exposição pública nas últimas 48 horas serve para mostrar que Bolsonaro encarrega-se, ele próprio, de criar a oposição interna. Do alto de seus instintos mais primitivos de um autoritarismo visceral, entranhado em seus gestos, decisões e pensamentos, o presidente ocupa todo o espaço político, usurpa o papel de oposição e escala os adversários que melhor lhe convêm.

Os vazamentos de telefonemas e gravações, onde despontam o próprio Bolsonaro e o deputado federal Delegado Waldir (PSL-GO), por enquanto líder do partido na Câmara dos Deputados, colocam a República num balaio de gatos, de fofocas e de trairagens poucas vezes vista, em se tratando de um presidente e de seu partido.

Os diálogos foram alterados? Não parece. Os vazamentos foram articulados? Com certeza. E aqui não tem hacker ou The Intercept (que fim levou? Acabou o estoque?). O ministro Sérgio Moro, tentando se equilibrar no cargo, provavelmente diria que os diálogos deveriam ser analisados dentro do seu contexto, sem desconsiderar emoções, tensões e incompreensões da política. A clássica engazopação.

Mas não há dúvidas que esse joguinho de chimpanzés que atiram fezes nos curiosos que os observam no zoológico não ajuda em nada um país que precisa urgentemente de reformas, de retomada do crescimento e de criação de empregos.

Fariam melhor se adotassem a coprofagia. Pelo menos, o distinto público seria poupado desse espetáculo deprimente. E o país poderia seguir o seu curso, sem tomar conhecimento de Brasília. Muito ajuda quem não atrapalha.

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