9:13Refúgio na ficção: a saída de Bolsonaro

Por P.S. Brenta
A realidade é difícil para o presidente Jair Bolsonaro? Sua popularidade despencou? Seu colega francês Emmanuel Macron é mais inteligente, astuto e ferino? Amazônia continua em chamas? Seus problemas acabaram, presidente. É só ignorar a realidade e buscar refúgio na ficção. Como se não fosse isso que tem acontecido com uma frequência espantosa.
De qualquer forma, vai aqui uma dica, de graça. Busque novos culpados para o desmatamento e os incêndios da floresta. Não, não invente outras ONGs, que isso já não funcionou na semana passada. Seja mais criativo. Corra atrás de referências bibliográficas, por exemplo. O quê, tá com preguiça? Esse autores são adeptos da “esquerdalha”? Calma, mais uma vez, não se aflija. Tudo tem solução.
Então, vai aqui a dica de graça. Neste ano da graça de 2019, ainda é atual a ficção publicada em 1962 por Philip K. Dick sob o título “O Homem do Castelo Alto”, uma distopia absolutamente inusitada, que narra como seria a vida se alemães, japoneses e italianos tivessem vencido a Segunda Guerra Mundial.
Uma das passagens do livro trata exatamente da Amazônia, o pesadelo bolsonarista do momento, com todas as suas cinzas e altas temperaturas. Diz um trecho do livro: “Enquanto os alemães estavam ocupados em lançar no espaço enormes sistemas robotizados, os japoneses queimavam as florestas do interior do Brasil, erguendo edifícios de apartamentos de oito andares, de barro, para ex-caçadores de cabeças”.
Bingo! Então, presidente Bolsonaro, pegue mais essa onda e lance alguma suspeita sobre os japoneses que “queimavam as florestas do interior do Brasil”, leia-se Amazônia. Tá feito o angu. Agora, além de Macron, sua excelência poderá ter a atenção do primeiro-ministro Shinzo Abe. Vamos para o bate-boca com o japonês. Quem ganha com isso? Eles podem deixar de comprar a nossa carne? Ora, isso não importa. O que conta é mais uma polêmica.
Ah, pra não passar recibo que não sabe quem é Philip K. Dick, presidente, seguem mais referências. Escritor nascido nos Estados Unidos, Dick dedicou-se a obras que questionavam a condição humana e a verdadeira natureza da realidade. Algumas inspiraram o cinema, como “Blade Runner”, “O Vingador do Futuro” e “Minority Report”.
Este último, aliás, que em português recebeu o subtítulo de “A Nova Lei”, estrelado por Tom Cruise, o presidente poderia recomendar para seu ministro da Justiça e Segurança Pública, já que ele aborda um tema muito caro ao ministro lavajatista, a criminalidade, onde um sistema inovador prevê com exatidão a ocorrência de crimes. Com esse sistema,a taxa de assassinatos cai para zero. Já imaginou isso aplicado no Brasil? O problema é que a história se passa apenas em 2054, quando, possivelmente, nem Bolsonaro nem Sérgio Moro estarão mais no poder.
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Uma ideia sobre “Refúgio na ficção: a saída de Bolsonaro

  1. SERGIO SILVESTRE

    Bolsonaro é o tipo de pobre que ganha uma lagosta e não sabe o que faz com ela.

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