7:19TICIANA VASCONCELOS SILVA

As As

Voemos
Porque a dor ficou no chão
E deu a mão ao lamento
Que num espasmo de desilusão
Acorrentaram-se e deixaram
A única alternativa para o amor:
Voar
Na imensidão do firmamento
Tocar estrelas
Trocar singelezas com a vastidão
Sem cair nas correntes do mundo
Sem ouvir histórias
Nem captar memórias
Apenas ir de encontro ao além
Para que nada nos meça
E nos impeça
De bendizer a vida e as feridas
Que se plasmaram na alma
E fizeram da arte
A mais pura e insana
Nostalgia
De um lugar límpido
Amplo, sagrado
Vívido na retina
De um amante
Que fez seu diamante
Nas sombras de suas asas
A cobrir rasas glórias
E pequenas vitórias
Pois a luz despontou no oriente
E o voo se consagrou
Nas curvas da mente
E nunca mais fomos estranhos
Nunca mais fomos os mesmos
Porque nos banhamos de pequenezas
Que nos dias comuns são poeiras
Para os triviais
Para nós, o império
Das grandes realizações
Alçar a ida aos céus
É ser puro e fiel
À natureza do céu
E nesta consagração do infinito
Eu digo: que seja bonito
O vento que nos leva
À mais longínqua estação
Aquela onde nos demos a mão
Que simbolizou a redenção
E logo nos despedimos
E seguimos como irmãos
Ausentes, cientes
De nossa missão
E, assim, partimos
Em oposta direção
Para nos encontrar
Nesta canção
Porque pássaros
Sempre aprendem a lição:
O que é destino
Não cabe no coração

Compartilhe

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.