De Rogério Distéfano, no blog O Insulto Diário

O BRASIL inteiro, imprensa incluída, cautelosos sobre o estupro atribuído a Neymar e vem Jair Bolsonaro, sem que ninguém lhe pergunte, a falar sobre o que não lhe diz respeito, que está sob investigação da polícia, e dá sua opinião: “acredito nele”. Esse presidente nos envergonha, ofende. É um desastre permanente.

Bolsonaro é totalmente privado do mais elementar desconfiômetro. Carrega a fama de misógino, que lhe fecha portas e provoca escárnio no Brasil e no estrangeiro, e dá a opinião que de imediato desacredita a suposta vítima do estupro. Não bastasse, não ajuda o suposto agressor, Neymar. Pensa ganhar votos de estupradores?

Nosso presidente é aquele tipo que, frente ao caminho visivelmente correto e o escancaradamente incorreto, opta pelo segundo. Não é o gauche, o doce desajeitado de Drummond. É o próprio elefante em loja de cristais. Que esperar de alguém condenado a indenizar deputada que ofendeu exato com o quê? Com o estupro.

O capitão é o macho troglodita que quando sabe do estupro logo culpa a mulher. Ora porque ela usa roupa apertada, minissaia, decote e assanha nele o monstro. Aquele que acha que se a mulher aceita transar tem que aceitar tudo, até a violência. Para eles, a prostituta tem porrada inclusa no michê.

O homem razoável, resolvido na sexualidade, diante de uma acusação de estupro recolhe-se à prudente cautela e aguarda as provas. Estão aí as violências sexuais e o feminicídio a recomendar a atitude. Homens nascem de mulheres, vivem com elas e produzem filhas. A menos que sejam cretinos, trogloditas … ou presidentes de republiquetas.