8:08Ilusão de ótica

Do Analista dos Planaltos

O desemprego, que hoje atinge 13,4 milhões de trabalhadores brasileiros, é de longe o maior problema do país, seguido de perto pela falta de saneamento básico, criminalidade desenfreada, crise da saúde pública, educação sem rumo e condições de sub-habitação que afetam outros milhões de pessoas. Aí sai o balanço da criação de empregos de abril. E todos comemoram “o melhor abril desde 2013”, porque foram gerados mais 129,6 mil empregos. Alto lá com esse ufanismo. Se abril se repetisse todos os meses daqui pra frente, seriam necessários mais 103 meses (oito anos e meio) para atender ao atual contingente de desempregados. Sem contar os jovens que estão entrando do mercado de trabalho nesse período. Mesmo que o presidente Jair Bolsonaro fosse à reeleição, ainda assim dependeria do sucessor para cumprir esse desafio. O que dá uma dimensão mais clara da barafunda em que o país está mergulhado. Nesse cenário, o atual governo pouco tem feito de positivo para contribuir para a reversão das expectativas. Na versão dos realistas, o resultado de abril pode ter sido apenas “um ponto fora da curva”. Na ótica dos bolsonaristas, no entanto, a hora é de “comemorar”.

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