11:26Compromisso sem honra

por Rogério Distéfano, no blog O Insulto Diário

JAIR BOLSONARO DECLARA que vai nomear Sergio Moro para a primeira vaga que abrir no Supremo. “Para honrar compromisso” seu com o ex-juiz da Lava Jato. Compromisso, que compromisso? Numa república minimamente idônea esse “compromisso” tem sabor imoral. A primeira vaga se  abre em novembro de 2020 por aposentadoria compulsória de ministros; antes, só mediante vaga ou aposentadoria voluntária.

O compromisso em questão só pode ser um: Sergio Moro deixou a magistratura para ser ministro de Bolsonaro. Mas isso não é suficiente para fazer o presidente ficar comprometido para nomeá-lo para o Supremo. É pouco sacrifício do juiz para muito compromisso do então candidato. Esse compromisso, portanto, nasceu naquela época, em que cada um detinha uma condição pessoal, juiz e candidato.

Portanto, o então juiz fez um compromisso com o então candidato: iria para o ministério se o candidato fosse eleito. Continua sendo pouco, pois tais compromissos o candidato teria que firmar com todos que convidou para o ministério. Ele não fez, tanto que despejou ao relento Gustavo Bebianno, presidente de seu partido, condutor de sua campanha e ministro por um mês, descartado como meia furada.

Então Jair Bolsonaro só teve compromisso com Sergio Moro, com mais ninguém, tanto que só revela o compromisso com o ex-juiz a Lava Jato – que condenou Lula e cujo depoimento liberou para a imprensa nas vésperas do segundo turno que elegeu o atual presidente. Aqui está a evidência que ninguém quer ver. O compromisso de Bolsonaro com Moro vem desse momento, da Lava Jato e da campanha eleitoral.

Moro ajudou a eleger Bolsonaro presidente. Na política os compromissos que se pagam derivam de dívidas, de gratidão, do peso da influência em favor daquele que reconhece e honra o compromisso. Não foi a aptidão de combater a corrupção que levou Moro ao ministério de Bolsonaro. Fosse isso, ele ficaria no ministério até o último dia do segundo mandato, tamanho o volume de trabalho e o rigor da atividade.

O ministério foi dado para Sergio Moro como uma plataforma para ele subir ao Supremo. Ele chegaria lá como juiz de primeiro grau, mas os costumes têm revelado que isso não acontece, iria ferir pudores e vaidades de ministros que vieram de outras extrações, mais elevadas. Sendo ministro da Justiça, o parâmetro de importância igualaria Moro aos egos mórbidos do Supremo.

Candidatos têm direito e não sofrem desdouro fazendo compromissos para se eleger. Faz parte do jogo. No entanto, a coisa muda de figura quando se trata do juiz que condenou Lula, que liberou o depoimento de Lula antes do segundo turno – que só poderia favorecer o candidato Bolsonaro, pois seu opositor era o candidato de Lula. Aí o compromisso de Bolsonaro com Moro transita fácil para a imoralidade.

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3 ideias sobre “Compromisso sem honra

  1. SERGIO SILVESTRE

    Qua,essa é a paga por prender o Lula sem provas e todo resto da canalhices que ele fez.Imaginem esse quase -analfabeto ex-juiz rezando um voto por 6 horas ,Deus me livre.

  2. jorge

    Se o canalha SS fosse homem de verdade ele entraria com um processo. Prender Lula provas…
    Só ignorantes ou canalhas falam isso. E o Rogério continua insultando a decência e honestidade

  3. leitor

    rapaz, eu nunca vi alguém jogar a reputação no lixo como esse tal sergio moro. e olha que já vi muita gente fazendo cagadas monumentais na vida…

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