16:45Polícia informa que creche maltratava crianças desde 1996

Da rádio Banda B, em reportagem de Luiz Kozak e Djalma Malaquias

Polícia acredita que maus tratos em escola de Curitiba aconteciam há mais de vinte anos Afirmação aconteceu na manhã desta sexta-feira (5), na sede do NUCRIA

Em coletiva realizada na manhã desta sexta-feira (5), investigadores do NUCRIA (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes) afirmaram à imprensa que os maus tratos na escola Cimdy, em Curitiba, aconteciam há mais de vinte anos, desde que a creche começou a funcionar, em 1996.

O colégio, que atende cerca de 150 alunos entre 0 e 6 anos está, desde o último domingo, com suas atividades interrompidas, após a divulgação de um vídeo em que uma criança de dois anos aparece sendo agredida por uma professora. Na coletiva, os delegados José Barreto e Ellen Victer explicaram detalhes do processo. Segundo eles, cerca de 30 pessoas já prestaram depoimentos sobre o caso.

“Já ouvimos desde proprietários da escola, como funcionários, alunos e até professores”, afirmou Barreto. Ele assegurou que a Polícia Civil está buscando todas as provas para a formação inquérito. As imagens gravadas pelas câmeras de segurança também já estão sob posse do setor de Criminalística, que fará a perícia para concluir se houve manipulação dos arquivos por parte da diretora da creche. “Temos até o momento duas imagens. Em uma delas, a diretora aparece chacoalhando uma aluna e batendo na boca de uma menina de 3 anos”, revelou o delegado.

Outra responsável pelo caso, Ellen Victer ouviu o depoimento da proprietária, e afirmou que ela estava calma e respondeu a todos os questionamentos do NUCRIA. “A diretora se apresentou espontaneamente e negou qualquer tipo de excesso, mas relatou que era muito rigorosa no seu método de ensino”, contou Victer.

Apesar das afirmações da dona e coordenadora da ‘Cimdy’, a delegada afirmou que ‘boa parte dos funcionários’ confirmaram as agressões. “Muitos deles corroboraram as afirmações de pais e de ex-alunos, inclusive adultos que se recordaram do que acontecia nesse colégio”, disse. “Acredito que essas agressões aconteciam desde o início das atividades do colégio”, ressaltou Ellen.

Os investigadores indicaram que há a possibilidade de prisão da diretora, mas que isso só acontecerá com o prosseguimento da apuração das informações.

Esclarecimentos

O pai de uma das vítimas, Ricardo Pereira compareceu à sede do NUCRIA na manhã de hoje pedindo explicações, já que sua filha de 4 anos está na lista de testemunhas que serão ouvidas ainda nesta semana. “Estamos chocados, não conseguimos acreditar nas imagens e nos depoimentos dos outras crianças”, disse. Pereira admitiu que já havia percebido um comportamento estranho na menina, que estuda no centro educacional desde os sete meses de idade.

“Ela sempre demonstrou que tinha muito medo da diretora e achávamos que era pela disciplina aplicada, pois nos era falado nas reuniões que, apesar de autoritária, a coordenadora era muito carinhosa com os alunos. Eu só quero uma explicação”, rebateu o pai.

Nota

Em nota, a escola disse que tem um histórico de mais de duas décadas comprometido com e educação e a formação de centenas de indivíduos. Confira na íntegra:

“A escola Cimdy tem um histórico de mais de duas décadas comprometido com e educação e a formação de centenas de indivíduos.

O respeito e a confiança sempre pautaram as relações entre instituição, pais e alunos. Uma condição validada por alunos, ex-alunos e pessoas que se envolveram com a instituição de ensino em todos esses anos.

A denúncia não define a conduta e a atuação da escola, a qualidade de seu histórico, nem a credibilidade de toda a equipe de profissionais que nela ou com ela trabalham.

Os responsáveis pela escola estão à disposição das autoridades públicas para prestar todos os esclarecimentos necessários e se dedicam para, acima de tudo, preservar os alunos e conceder segurança no relacionamento com os pais e prestadores de serviços envolvidos com a instituição.

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