14:16O nó do preço da energia de Itaipu

Do enviado especial

A nova administração do lado brasileiro da Itaipu encontrou um nó que é complicado de desfazer – e diz respeito ao bolso do brasileiro. Este paga mais que o paraguaio pela mesma energia. Em números: o Brasil pagou, em média, US$ 38,72 por megawatt-hora (MWh), enquanto no Paraguai o custo médio foi de US$ 24,60.

Por que isso acontece? A Ande, estatal paraguaia que distribui eletricidade no país, utiliza mais energia adicional de Itaipu do que a vinculada. A tradução em brasileiro: a energia vinculada é aquela que a Itaipu é obrigada a entregar conforme os contratos entre os dois países. Ela corresponderia a 75 milhões de megawatts-hora da produção da usina. Acontece que a hidrelétrica produz mais que isso – sempre algo acima dos  90 milhões de MWh. A energia “a mais” é a tal adicional. Como não é garantida por contrato, seu custo equivale a quase 10% da energia vinculada.

Aí entra a jogada dos paraguaios. Ao contratar a energia, a Ande pede um mínimo mensal, praticamente a metade do que de fato irá consumir. Como vai precisar de mais, ela paga então como se estivesse utilizando energia adicional. Aí o lado de cá fica sem poder fazer nada e o país paga mais pela mesma energia.

A Eletrobras estrila e reclama há tempos afirmando que a Ande deve pagar pela energia que de fato vai precisar, sem apelar à adicional. Os paraguaios fingem que ouviram e dizem que não vão fazer isso.

Este o impasse que o general Silva e Luna tem para resolver, sob pena de a Itaipu não fechar contratos de venda de sua energia este ano.

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