8:05Farol alto, Petraglia!

por Juca Kfouri, na FSP

De todos os atuais dirigentes do nosso futebol, apenas um, Mário Celso Petraglia, do Athletico Paranaense, eleitor entusiasmado do ex-capitão do Exército, parece incomodado com a entidade.

Farol alto, Petraglia, farol alto!. Por que você não lidera a campanha pela limpeza do futebol brasileiro?

Bem sabemos que é trabalho de Hércules, mais precisamente do sexto trabalho, o de limpar as cavalariças de Áugias, repletas de estrumes dos quadrúpedes, tarefa a que deu cabo em apenas um dia, ao usar sua força colossal para desviar as águas de dois rios.

Não, Petraglia, (não confundir com petralha), ninguém sobrestima sua capacidade, nem imagina ser possível resolver num vapt-vupt. Mas, acredite, se for possível nos próximos quatro anos (durará?), você também terá um lugar no panteão dos heróis do futebol mundial, como, digamos, o Pelé dos cartolas.

Farol alto, farol alto!

Pense na Liga dos Clubes, na CBF só com a seleção, o que já é muito.

Pense nos departamentos de futebol dos clubes profissionais separados das áreas sociais, transformados em Sociedades Anônimas do Futebol, as SAF. Pense na importância econômica de tal medida para deixarmos de ser meros exportadores de pé de obra, vendedores dos artistas em vez do espetáculo, de commodities.

Convença quem tiver de ser convencido de que os atuais usurpadores alojados no edifício, já alcunhado de José Maria Marin, são meros sucessores dele —Del Nero, que segue dando as cartas, e de Ricardo Teixeira, o pai de todos, porque o avô, João Havelange, não está mais.

Exponha o Golpe Caboclo, mostre à Receita Federal do que se trata, estimule o Ministério Público a agir, provoque a PF a visitar o prédio da CBF, por ironia, na Avenida Luís Carlos Prestes, 130, na Barra da Tijuca, RJ.

Vai que o presidente decorativo (não se impressione com a patente de coronel), mais o próximo e o secretário-menor, fujam para Cuba ou para Venezuela…

Farol alto, Petraglia!

Um olhar para o ano que entra sem pessimismo nem otimismo, apenas cético

Petraglia, do Athletico Paranaense, parece ser o único dirigente incomodado com a CBF

“Farol alto, Montoro, farol alto!. Por que você não lidera a campanha pelas diretas no Brasil?”.

Era o jornalista Otto Lara Resende, numa reunião em fins de 1983, no Rio, provocando o governador de São Paulo, Franco Montoro, a começar a campanha pelas “Diretas Já!”.

Montoro topou e o resto é História, com H maiúsculo mesmo, pois redundou no mais belo, generoso e suprapartidário dos movimentos de massa acontecidos em 518 anos da vida brasileira.

Eis que 35 anos depois, num Brasil muito diferente, estamos diante de novo ano a exigir mobilização não pela volta da democracia, mas por sua manutenção.

De discursos e promessas estamos todos cheios, da corrupção, então, nem se fala, ou se fala, não se combate realmente, e Fabrício Queiroz, o amigo dos Bolsonaros, segue sem se explicar, em local incerto e não sabido.

CBF agradece. O que a Casa Bandida tem a ver com isso? Nada. E tudo. Nada porque, dirão os de sempre, o país tem problemas mais urgentes para atacar. De fato.

Tudo porque parece garantida pela velha impunidade de que gozam os verdadeiros comandantes do Brasil, desde que seus privilégios não corram riscos.

Como reagirá o presidente eleito diante da primazia com que foi agraciado ao entregar a taça aos campeões brasileiros? Cairá na mesma esparrela de seus antecessores, seduzidos pelo incrível poder dos cartolas?

De todos os atuais dirigentes do nosso futebol, apenas um, Mário Celso Petraglia, do Athletico Paranaense, eleitor entusiasmado do ex-capitão do Exército, parece incomodado com a entidade.

Farol alto, Petraglia, farol alto!. Por que você não lidera a campanha pela limpeza do futebol brasileiro?

Bem sabemos que é trabalho de Hércules, mais precisamente do sexto trabalho, o de limpar as cavalariças de Áugias, repletas de estrumes dos quadrúpedes, tarefa a que deu cabo em apenas um dia, ao usar sua força colossal para desviar as águas de dois rios.

Não, Petraglia, (não confundir com petralha), ninguém sobrestima sua capacidade, nem imagina ser possível resolver num vapt-vupt. Mas, acredite, se for possível nos próximos quatro anos (durará?), você também terá um lugar no panteão dos heróis do futebol mundial, como, digamos, o Pelé dos cartolas.

Farol alto, farol alto!

Pense na Liga dos Clubes, na CBF só com a seleção, o que já é muito.

Pense nos departamentos de futebol dos clubes profissionais separados das áreas sociais, transformados em Sociedades Anônimas do Futebol, as SAF. Pense na importância econômica de tal medida para deixarmos de ser meros exportadores de pé de obra, vendedores dos artistas em vez do espetáculo, de commodities.

Convença quem tiver de ser convencido de que os atuais usurpadores alojados no edifício, já alcunhado de José Maria Marin, são meros sucessores dele —Del Nero, que segue dando as cartas, e de Ricardo Teixeira, o pai de todos, porque o avô, João Havelange, não está mais.

Exponha o Golpe Caboclo, mostre à Receita Federal do que se trata, estimule o Ministério Público a agir, provoque a PF a visitar o prédio da CBF, por ironia, na Avenida Luís Carlos Prestes, 130, na Barra da Tijuca, RJ.

Vai que o presidente decorativo (não se impressione com a patente de coronel), mais o próximo e o secretário-menor, fujam para Cuba ou para Venezuela…

Farol alto, Petraglia!

E feliz 2019 para vocês, raras leitoras e raros leitores.

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