12:23Mim, comigo, inimigo

De Rogério Distéfano, no blog O Insulto Diário (http://www.oinsultodiario.com/)

A escolha de Mozart Ramos para ministro da Educação foi fake news. Dedução do presidente eleito, que identifica o motivo: “jogar a bancada evangélica contra mim”. Atitude que assusta, porque desvenda o íntimo do homem. Assusta mais ainda porque ele nunca escondeu quem é e o que pensa. O temor está em que passe das palavras à ação.

Primeiro, o “contra mim”, que revela o sentido de antagonismo, de perseguição, típicos de políticos autoritários. É o espírito e a atitude de Donald Trump desde que assumiu nos EUA, no que só é contido pelas sólidas instituições que os americanos têm – e quem faltam a nós. Aliás, basta vasculhar a História para identificar o ‘eles contra nós’ como retórica e instrumento de fascistas de todos os gêneros, inclusos os da esquerda – o discurso do PT nunca foi diferente.

Segundo, o “jogar a bancada evangélica”. Então, na sequência do antagonismo, o presidente demonstra o lado para o qual pretende governar. Para ele a eleição não o fez presidente do Brasil, mas dos 50 milhões de brasileiros que o elegeram no plebiscito antipetista e do moralismo míope e hipócrita. Pode ser motivo de orgulho, de autorrealização – se o colégio eleitoral fosse de 49 milhões. Para os mais de 200 milhões restantes, quem sobreviver saberá.

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