19:48A legitimidade

De Rogério Distéfano, no blog O Insulto Diário (http://www.oinsultodiario.com/)

O general Villas Bôas, comandante geral do Exército, avisa que o presidente a ser eleito pode não ter legitimidade. General brasileiro falando de ilegitimidade de eleito parece esquisito, antes e depois de 1964.  Mas se é para falar de legitimidade, o rótulo caberia em Lula, eleito quatro vezes, duas em seu nome, duas sob o pseudônimo “poste” e mais uma em que só não se elege porque preso.

A legitimidade caberá em qualquer eleito, inclusive em Bolsonaro, seja pelos votos, seja pelo ex-voto, a faca. Então é melhor mudar de assunto. Qualquer candidato serve, pois todos são ruins e eleição não é concurso de qualidade, é concurso de popularidade. Se o Exército se meter a avaliar a legitimidade do eleito, sua ação será ainda mais ilegítima que a eleição-por-comoção de Jair Bolsonaro.

Mas não custa lembrar o que sabem os que entraram na vida adulta pós-1964: os militares têm noção própria sobre ‘legitimidade’. Desde a Guerra do Paraguai são os intérpretes do que seja legitimidade e não há quem lhes mude a concepção, ensinada nas escolas militares. Na leitura militar a legitimidade se confunde com estabilidade institucional – essa que as instituições insistem em torpedear no Brasil.

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