8:57Produto de um novo mundo

por Tostão

… Há uma enorme curiosidade, em todo o mundo, sobre qual será o comportamento de Neymar, dentro de campo, na seleção brasileira e no PSG.

Tenho muita esperança que ele, para recuperar o prestígio, deixe de lado os chiliques e brilhe intensamente, mais até do que antes.

Porém, começou mal a fase de recuperação. Foi um desastre a união da propaganda comercial com o texto lido por ele, para tentar explicar o que ocorreu na Copa do Mundo de 2018. Neymar parecia um robô, um roteiro sem alma.

Todos os seres humanos, de todas as épocas, especialmente as celebridades, vivem um conflito entre o criador e a criatura, entre o que desejam e o que é possível.

Algumas celebridades convivem bem com essa dualidade, como Cristiano Ronaldo.

Outros ficam perdidos, sem rumo, sem saber o que querem, o que são.

Há ainda os que tentam separar o público do privado, o ídolo do cidadão, como Messi.

Existem também os que são tão célebres, que, naturalmente, sem perceber, sem planejar, a criatura engole, anula o criador. Pelé é Pelé e ponto final.

Neymar, além de suas particularidades, de seu jeito de ser, mistura da genética com o ambiente, é um produto de um novo mundo, o da internet, das redes sociais.

As novas celebridades e até presidentes de países preferem não falar, não responder as perguntas. Publicam na internet o que querem, o que lhes interessa.

No futuro, haverá um novo homem, com uma inteligência artificial. Isso não é mais ficção, é realidade.

Esse novo ser achará estranho o mundo em que vivemos hoje, assim como ficamos espantados com nossos antepassados, assim como as crianças e os adolescentes de hoje não entendem como era possível viver sem WhatsApp.

Eu ainda sobrevivo. Não sei até quando.

O novo homem será contraditório como o atual?

Fernando Pessoa, para tentar conviver com os muitos que havia dentro dele, criou 127 heterônimos, todos com identidade e vida própria.

Alguns ficaram famosos, como Álvaro de Campos: “Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? Sou o que penso? Mas penso ser tantas coisas”. 

Espero que Neymar deixe de lado os chiliques e brilhe intensamente

Há uma enorme curiosidade sobre qual será o comportamento do atacante do PSG

Escrevi, domingo (29), baseado em reportagens publicadas por vários jornalistas, que estava decepcionado com Tite e com Edu Gaspar por darem privilégio aos familiares de Neymar, únicos entre os dos jogadores hospedados no hotel da seleção brasileira, em Sochi, na Rússia.

Tite me esclareceu que uma ala do hotel estava ocupada exclusivamente pela seleção e que ele e Edu Gaspar não sabiam quem eram os hóspedes das outras duas alas.

Deduzo que a presença somente dos familiares de Neymar em outra ala do hotel, o que é um fato, foi um privilégio dado pelos dirigentes da CBF, já que todos os outros familiares ficaram juntos em outro hotel reservado pela entidade.

Tite assistiu ao belíssimo jogo, no meio de semana, pela Copa do Brasil, entre Grêmio e Flamengo em Porto Alegre. Paquetá atuou muito bem. Ele e Arthur, já no Barcelona, provavelmente serão convocados.

Se o técnico do Barcelona formar um trio no meio-campo, como o time jogou durante longo tempo, Arthur tem boas chances de ser titular, no lugar de Iniesta, ao lado de Busquets e Rakitic. Coutinho jogaria no trio de ataque, com Suárez e Messi.

Se o Barcelona atuar com dois volantes e um meia de cada lado, como fez na maior parte da última temporada, Arthur deverá ser reserva de Busquets e Rakitic, com Coutinho, pela esquerda, e Dembélé ou Malcom, pela direita.

Há uma enorme curiosidade, em todo o mundo, sobre qual será o comportamento de Neymar, dentro de campo, na seleção brasileira e no PSG.

Tenho muita esperança que ele, para recuperar o prestígio, deixe de lado os chiliques e brilhe intensamente, mais até do que antes.

Porém, começou mal a fase de recuperação. Foi um desastre a união da propaganda comercial com o texto lido por ele, para tentar explicar o que ocorreu na Copa do Mundo de 2018. Neymar parecia um robô, um roteiro sem alma.

Todos os seres humanos, de todas as épocas, especialmente as celebridades, vivem um conflito entre o criador e a criatura, entre o que desejam e o que é possível.

Algumas celebridades convivem bem com essa dualidade, como Cristiano Ronaldo.

Outros ficam perdidos, sem rumo, sem saber o que querem, o que são.

Há ainda os que tentam separar o público do privado, o ídolo do cidadão, como Messi.

Existem também os que são tão célebres, que, naturalmente, sem perceber, sem planejar, a criatura engole, anula o criador. Pelé é Pelé e ponto final.

Neymar, além de suas particularidades, de seu jeito de ser, mistura da genética com o ambiente, é um produto de um novo mundo, o da internet, das redes sociais.

As novas celebridades e até presidentes de países preferem não falar, não responder as perguntas. Publicam na internet o que querem, o que lhes interessa.

No futuro, haverá um novo homem, com uma inteligência artificial. Isso não é mais ficção, é realidade.

Esse novo ser achará estranho o mundo em que vivemos hoje, assim como ficamos espantados com nossos antepassados, assim como as crianças e os adolescentes de hoje não entendem como era possível viver sem WhatsApp.

Eu ainda sobrevivo. Não sei até quando.

O novo homem será contraditório como o atual?

Fernando Pessoa, para tentar conviver com os muitos que havia dentro dele, criou 127 heterônimos, todos com identidade e vida própria.

Alguns ficaram famosos, como Álvaro de Campos: “Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? Sou o que penso? Mas penso ser tantas coisas”.

*Publicado na Folha de S.Paulo

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