Do Analista dos Planaltos

Ao comparar os termos da carta testamento de Osmar Dias veremos que ele cita sempre amigos e parentes – de forma pejorativa (ganhar cargos em compadrio), ou como alento (para não ficar só recolhe-se ao ambiente familiar e de amigos). Um cínico e cético da Praça Nossa Senhora Salete avalia que depois de 16 anos como senador, com direito a aposentadoria especial e serviços médicos e odontológicos para si e toda sua família até suamorte, Osmar Dias não aprendeu nada. Jayme Canet Junior, ex-governador recentemente falecido, disputava em 1982 o governo estadual pelo Partido Popular (PP) contra José Richa (PMDB) (já falecido) e Saul Raiz (PDS), apoiado pelo então governador Ney Braga. Eis que o ‘ancien régime’ militar edita uma norma casuística de verticalização das eleições – de vereador a governador teria que se votar no mesmo partido, senão seria considerado nulo o voto. Jayme Canet desistiu de sua candidatura, aliou-se a Richa e indicou o vice João Elisio Ferraz de Campos. Não editou carta alguma e ajudou para fim da ditadura militar no Brasil. Não se tocou mais no assunto – nem no livro que Belmiro Valverde escreveu tempos depois. Irmão de Osmar, o atual senador Alvaro Dias também não fez Carta aos Paranaenses em 1990, quando desistiu de sua candidatura ao Senado para não deixar o seu vice Ary Queiroz tomar posse. O singelo bilhete de despedida de Osmar Dias é a prova de que não aprendeu nada na política. Nem no Paraná, muito menos na vida.